São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2005

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SINAL VERDE

Chip ou câmera cruzaria placa com banco de dados; presidente da CET evita prometer gastar montante de multas no trânsito

Prioridade em 2005 é rastreador de veículos

DA REPORTAGEM LOCAL

Roberto Scaringella, atual presidente e fundador da CET nos anos 70, diz que um de seus principais planos em 2005 é a implantação de um sistema de identificação automática da frota de veículos por chip ou por câmera.
Ele afirma ter encontrado a sinalização de São Paulo "à beira de um colapso", mas evita se comprometer em cumprir algo que ele criticava nas gestões anteriores e que esteve entre as promessas de campanha de Serra: a aplicação da receita das multas exclusivamente no trânsito. Leia abaixo trechos da entrevista à Folha.

Dinheiro das multas
"Você não pode me perguntar de uma decisão futura que não é do presidente da CET. Como é que eu vou te responder? Não sou eu quem decide", responde Scaringella, ao ser questionado sobre a aplicação do dinheiro das multas exclusivamente no trânsito.
Ele ressalva ver boa disposição do prefeito com investimentos no setor e afirma: "Neste ano, está difícil, está complicado, não apenas na nossa área, mas em todas. Então cabe à instância superior administrar essa escassez".

Identificação dos carros
Scaringella diz ter como prioridade neste ano um projeto de identificação automática dos veículos. Já fez um fórum técnico para debater as duas tecnologias analisadas. Na prática, os carros seriam identificados por um chip instalado em cada um -opção difícil de ser estendida no curto prazo à frota inteira- ou por uma câmera que já foi testada pela Polícia Rodoviária no Sul do país.
Ela faz a leitura das placas e cruza a imagem instantaneamente com um banco de dados, para apontar se um veículo é roubado ou está em situação irregular, sem licenciamento. "É também um instrumento de gestão do trânsito", diz, sob a justificativa de que os dados em tempo real ajudam a CET a definir ações operacionais.

Colapso na sinalização
"A manutenção de sinalização horizontal, que é pintura de solo, vertical, que é placas, e semafórica estava à beira do colapso. O dinheiro que a CET tinha em 2004 para fazer sinalização e manutenção era 1/4 do necessário", diz.
"O vendaval de sexta-feira provocou avaria séria em 500 dos 5.000 cruzamentos semaforizados. Mobilizamos gente dia e noite e só terminamos ontem [anteontem]. O orçamento aprovado para a CET neste ano [R$ 145 milhões] não cobre nem a folha de pagamento [R$ 160 milhões]."
"No ano passado, eu fazia parte do conselho fiscal da CET. Mas não estava conivente. Eu questionei a direção da empresa."


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