São Paulo, domingo, 04 de março de 2007

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Amigo levou e tirou jovem da criminalidade

DO ENVIADO ESPECIAL A SANTA CATARINA

P., 17, foi responsável pela iniciação de seu melhor amigo no crime. Os dois participaram de um furto a residência que quase acabou em latrocínio (roubo com a morte da vítima). Anos depois, P. foi também o responsável pela saída de seu amigo da cadeia e por sua reabilitação.
P. e seu amigo R., 18, são monitores hoje no sítio organizado pelo projeto Aroeira. O local, a 30 km do centro de Florianópolis (SC), abriga jovens ameaçados de morte, principalmente por gangues rivais, ou jovens infratores.
Três anos atrás, P. convidou o seu amigo para furtar uma casa. R. nunca tinha cometido um crime. O jardineiro apareceu durante o furto. "Por pouco nós não tivemos de matá-lo", lembrou R.
Depois disso, os amigos se separaram. P. voltou a roubar, mas foi preso após assaltar um taxista. Ficou oito dias preso. Saiu com o compromisso de entrar no projeto. No roubo, no entanto, P. perdeu a arma que era de um criminoso -e teria de pagar por ela para não ser morto. O projeto conseguiu os R$ 500 para saldar a dívida. O dono da arma chegou a assinar um bilhete dizendo que havia recebido o dinheiro, o que funcionou como um "salvo-conduto" para o jovem andar sem ser cobrado.
Meses depois, P. soube que o amigo estava preso numa instituição para jovens infratores. Ele incentivou o pai de R. a pedir na Justiça a entrada do amigo no projeto. R. saiu em abril de 2006 direto para o sítio. "Eu consegui sair do crime e vi que ele podia também", disse P. (GP)


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