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Amigo levou e
tirou jovem da
criminalidade
DO ENVIADO ESPECIAL A SANTA
CATARINA
P., 17, foi responsável pela
iniciação de seu melhor amigo no crime. Os dois participaram de um furto a residência que quase acabou em latrocínio (roubo com a morte
da vítima). Anos depois, P. foi
também o responsável pela
saída de seu amigo da cadeia
e por sua reabilitação.
P. e seu amigo R., 18, são
monitores hoje no sítio organizado pelo projeto Aroeira.
O local, a 30 km do centro de
Florianópolis (SC), abriga jovens ameaçados de morte,
principalmente por gangues
rivais, ou jovens infratores.
Três anos atrás, P. convidou o seu amigo para furtar
uma casa. R. nunca tinha cometido um crime. O jardineiro apareceu durante o furto.
"Por pouco nós não tivemos
de matá-lo", lembrou R.
Depois disso, os amigos se
separaram. P. voltou a roubar, mas foi preso após assaltar um taxista. Ficou oito
dias preso. Saiu com o compromisso de entrar no projeto. No roubo, no entanto, P.
perdeu a arma que era de um
criminoso -e teria de pagar
por ela para não ser morto. O
projeto conseguiu os R$ 500
para saldar a dívida. O dono
da arma chegou a assinar um
bilhete dizendo que havia recebido o dinheiro, o que funcionou como um "salvo-conduto" para o jovem andar
sem ser cobrado.
Meses depois, P. soube que
o amigo estava preso numa
instituição para jovens infratores. Ele incentivou o pai de
R. a pedir na Justiça a entrada do amigo no projeto. R.
saiu em abril de 2006 direto
para o sítio. "Eu consegui
sair do crime e vi que ele podia também", disse P.
(GP)
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