São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Queriam matar meu filho queimado, diz mãe

FLÁVIO FERREIRA
DO "AGORA"

A mãe do jovem que teve parte do corpo queimado em um posto de gasolina da zona sul depois de ser atacado por outro cliente diz que o filho foi vítima de uma tentativa de homicídio.
"Agora você vai morrer", foi a frase dita pelo agressor antes de despejar combustível no rapaz, segundo o relato feito pela vítima hospitalizada à mãe.
A técnica em enfermagem Suedes Souza Rozado Durão, 45 anos, visitou ontem à tarde o filho Isaac de Souza Rozado Durão, 22, no hospital estadual Geral da Vila Penteado, na Freguesia do Ó (zona norte de SP).
O recepcionista Durão voltava de uma festa na companhia de uma amiga de 17 anos por volta das 4h30 quando decidiu abastecer o sua caminhonete com gás natural veicular. Ele parou no Auto Posto Helix, na av. João Dias, na Vila Andrade, e passou a procurar um frentista para atendê-lo. Durão viu um funcionário enchendo com combustível um galão de um homem de pele clara e cabelos longos, e buzinou para chamar sua atenção, segundo a jovem que o acompanhava.
O frentista fez um sinal pedindo para que o recepcionista aguardasse. Minutos depois, Durão teria acionado a buzina mais uma vez. "Em seguida, do nada, o homem que estava pegando o galão de combustível chegou ao lado do carro e começou a dizer ao Isaac: "Está apressadinho, está apressadinho" e jogou o combustível para dentro do carro, no meu amigo e em mim", afirmou a jovem.
As imagens do circuito interno do posto mostram os momentos de desespero vividos pela vítima, que, em chamas, correu desnorteado pelo local, antes de ser socorrido por clientes.
"O homem que ateou fogo no meu filho queria matá-lo", disse ontem a mãe da vítima, que deixou a visita ao filho no hospital muito abalada. "O Isaac apenas buzinou para ser atendido no posto. Outro cliente que estava enchendo um galão com gasolina ficou irritado e foi para cima do meu filho. É impossível aceitar um ato como esse", disse chorando.
Suedes conta que ficou feliz ao ver que o filho deixou de respirar com ajuda de aparelhos, mas ainda diz estar muito preocupada, pois ele está muito debilitado.
Ontem, a Secretaria de Estado da Saúde informou que um exame detalhado mostrou que 22% do corpo de Durão foi atingido pelas queimaduras- e não 55%, como divulgado pelo Corpo de Bombeiros no domingo.
Porém, ele ainda está internado na UTI para queimados e corre risco de morte, segundo a direção do hospital.


Texto Anterior: Entrevista: "Quero que nada fique na cabeça do meu filho"
Próximo Texto: Violência: Comerciante que denunciou seguradoras sofre atentado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.