São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2008

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Força Nacional tem dificuldade com efetivo

Secretários de Segurança pedem retorno de seus policiais aos Estados e resistem em liberar mais agentes

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Prestes a iniciar a mobilização de 1.200 homens para as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em três favelas no Rio, a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) enfrenta dificuldades em mobilizar efetivo para as ações da Força Nacional de Segurança (FNS).
Secretários de Segurança afirmam ter problemas de efetivo policial restrito em seus Estados. Pedem o retorno de agentes mobilizados ou recusam pedidos do governo federal. Alguns reclamam de "falta de critério" no uso da Força, incomodados com a presença de agentes desde o início do ano passado no Rio.
De acordo com a Senasp, 918 homens estavam mobilizados na quinta-feira passada em quatro operações.
O início da ação no Rio foi em fevereiro do ano passado, com 200 homens. No Pan, a mobilização chegou a 4.500 agentes. Para as obras do PAC, devem ser usados 1.200 policiais.
Apesar de defender a mobilização no Rio, o secretário Nacional de Segurança Pública, Antônio Carlos Biscaia, diz que faltam critérios objetivos para a atuação da FNS. O Ministério da Justiça editará portaria definindo as regras nesta semana.
Para alguns secretários, a operação no Rio não passa de aumento de efetivo policial. A FNS tem patrulhado o entorno do Complexo do Alemão (zona norte), um dos locais onde serão realizadas as obras do PAC. Segundo eles, a boa relação entre o governador Sérgio Cabral Filho e o presidente Lula auxilia na mobilização.
"É lógico que a relação ajuda. Mas a questão não é essa. Queremos mudar o paradigma de segurança. O Rio terá um efeito emblemático sobre os demais [Estados]", disse Biscaia.
A recusa da Senasp em auxiliar um governo estadual provocou pela primeira vez uma ameaça de retaliação. Alagoas afirmou que pediria o retorno de seus agentes após a Senasp recusar o envio de tropa durante a greve de policiais civis. A secretaria alegou que a Força não poderia substituir os servidores em greve.
Até o fim deste mês, deve ser editada uma portaria definindo o percentual com que cada Estado deve contribuir para o efetivo da Força Nacional. A Senasp pretende criar um batalhão com contingente permanente de 500 homens.


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