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Força Nacional tem dificuldade com efetivo
Secretários de Segurança pedem retorno de seus policiais aos Estados e resistem em liberar mais agentes
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Prestes a iniciar a mobilização de 1.200 homens para as
obras do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento)
em três favelas no Rio, a Senasp
(Secretaria Nacional de Segurança Pública) enfrenta dificuldades em mobilizar efetivo para as ações da Força Nacional
de Segurança (FNS).
Secretários de Segurança
afirmam ter problemas de efetivo policial restrito em seus
Estados. Pedem o retorno de
agentes mobilizados ou recusam pedidos do governo federal. Alguns reclamam de "falta
de critério" no uso da Força, incomodados com a presença de
agentes desde o início do ano
passado no Rio.
De acordo com a Senasp, 918
homens estavam mobilizados
na quinta-feira passada em
quatro operações.
O início da ação no Rio foi em
fevereiro do ano passado, com
200 homens. No Pan, a mobilização chegou a 4.500 agentes.
Para as obras do PAC, devem
ser usados 1.200 policiais.
Apesar de defender a mobilização no Rio, o secretário Nacional de Segurança Pública,
Antônio Carlos Biscaia, diz que
faltam critérios objetivos para a
atuação da FNS. O Ministério
da Justiça editará portaria definindo as regras nesta semana.
Para alguns secretários, a
operação no Rio não passa de
aumento de efetivo policial. A
FNS tem patrulhado o entorno
do Complexo do Alemão (zona
norte), um dos locais onde serão realizadas as obras do PAC.
Segundo eles, a boa relação entre o governador Sérgio Cabral
Filho e o presidente Lula auxilia na mobilização.
"É lógico que a relação ajuda.
Mas a questão não é essa. Queremos mudar o paradigma de
segurança. O Rio terá um efeito
emblemático sobre os demais
[Estados]", disse Biscaia.
A recusa da Senasp em auxiliar um governo estadual provocou pela primeira vez uma
ameaça de retaliação. Alagoas
afirmou que pediria o retorno
de seus agentes após a Senasp
recusar o envio de tropa durante a greve de policiais civis. A
secretaria alegou que a Força
não poderia substituir os servidores em greve.
Até o fim deste mês, deve ser
editada uma portaria definindo
o percentual com que cada Estado deve contribuir para o efetivo da Força Nacional. A Senasp pretende criar um batalhão com contingente permanente de 500 homens.
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