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Comando sabia da ação
Protesto Moradores de Diadema e populares fazem protesto em
frente ao 24º Batalhão da Polícia Militar (foto), onde os policiais
acusados trabalhavam e onde a CPI ouviu depoimentos ontem
da Reportagem Local
Os deputados da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
do Crime Organizado afirmaram ontem que a operação policial na favela Naval, que resultou na morte do conferente
Mário José Josino, foi feita com
autorização do comando do
24º Batalhão da Polícia Militar,
em Diadema.
Segundo os deputados, o aspirante a oficial Wilson Góes
Júnior, que comandava o 24º
batalhão entre a noite de 6 e a
madrugada de 7 de março, autorizou a operação.
Góes Júnior teria inclusive
comparecido à favela Naval no
início e no final da operação.
Nas imagens do vídeo, ele
aparece segurando uma metralhadora na favela momentos
após a morte de Josino.
``No mínimo, ele foi omisso,
pois autorizou uma operação
envolvendo quatro viaturas e
dez policiais e não teve nenhum controle sobre esse pessoal'', afirmou o deputado estadual Afanásio Jazadji, membro da CPI.
``Isso já é motivo para autuá-lo por prevaricação e omissão, mas ainda precisamos investigar se ele tomou parte na
operação.''
Góes Júnior também era o
oficial de plantão entre a noite
de 4 e a madrugada de 5 de
março, quando houve outra
operação. Góes Júnior depôs
ontem ao promotor José Carlos
Blat. Ele já havia prestado depoimento no IPM (Inquérito
Policial Militar) que apura a
morte de Josino.
Ele confirmou ter autorizado
a blitz e disse que não pode permanecer no local porque a sua
presença foi solicitada em outras ocorrências.
Apenas uma das ações da PM
filmadas, que aconteceu entre a
noite de 2 e a madrugada de 3
de março, foi considerada
clandestina.
O oficial que comandava o
batalhão naquele período, tenente Wlamir de Oliveira, afirmou à CPI que a operação
aconteceu contra sua vontade.
A CPI ouviu ontem, na sede
do 24º batalhão, o major José
Luís Bolivar, que comandou
interinamente o batalhão, e o
capitão Ícaro Demétrio Santana, responsável pelo IPM que
apura a morte de Josino.
Também foi ouvido o tenente
Wlamir, responsável pelo setor
de inteligência do batalhão.
A CPI ainda pediu ao comando todos os 31 IPMs instaurados no batalhão desde 96.
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