São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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CRIME EM PERDIZES

Maristela Greco diz que não há elementos contra seu filho, Gil Rugai; para ela, família vive "pesadelo"

Suspeito de matar pai se entregará, diz mãe

DA REPORTAGEM LOCAL

A mãe do universitário Gil Greco Rugai, 20, Maristela Rodrigues Greco, afirmou ontem que sua família está vivendo um "pesadelo" e que seu filho vai se apresentar à polícia. Gil teve a prisão temporária, por 15 dias, decretada anteontem sob suspeita de ter matado seu pai, Luiz Rugai, 40, e a mulher, Alessandra, 33.
Ela declarou que deverá se reunir hoje ou amanhã com Paulo José da Costa Júnior, advogado que estaria analisando a documentação do inquérito policial neste final de semana. Maristela Greco disse que eles querem saber de todas as acusações contra Gil para que ele possa se entregar.
"Todo mundo sabe que ele vai se apresentar", afirmou ela, que não quis gravar entrevistas e disse não ter falado diretamente com seu filho desde anteontem.
O crime ocorreu às 21h do último domingo, na casa das vítimas, uma construção de alto padrão em Perdizes (zona oeste de SP). Luiz Rugai foi morto com seis tiros. Alessandra, com quatro.
Gil trabalhava no departamento financeiro da produtora do pai. Na terça anterior ao crime, havia sido afastado, depois que Rugai descobriu um desfalque de mais de R$ 100 mil na empresa.
Os dois discutiram, e Gil saiu de casa. A mãe dele afirmou ontem que essa discussão foi "normal", que ele tinha uma cama reservada em "todas as casas" (incluindo a dela e as das duas avós), mas que não havia decidido para onde iria.
Entre os indícios que colocariam Gil como suspeito também está a localização de oito estojos de pistola 380. Na última quarta, a polícia localizou na casa das vítimas uma nota fiscal de compra de um coldre fabricado para pistolas 380, emitida em nome de Gil. Também havia cartões de lojas de armamentos e um certificado de conclusão de um curso de tiro que ele concluíra recentemente.
Maristela Greco disse que, pelas informações passadas pelo advogado, não haveria no inquérito elementos suficientes para a polícia pedir a prisão de seu filho.
Ela afirmou acreditar que esse pedido possa ter sido resultado da "pressão da imprensa", que estaria publicando "boatos".
Policiais à paisana foram deslocados pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) para ficar de plantão na frente das casas de parentes de Gil, incluindo uma no litoral paulista.
Os que fazem a vigilância da casa da avó materna de Gil dizem que ele esteve anteontem na residência, localizada no Sumaré (zona oeste). Ele teria sido visto por vizinhos pulando um muro.


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