São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

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Saída é investir em tecnologia, diz especialista

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Antes mesmo da crise dos controladores, bastava chover em Congonhas para afetar todo o sistema de controle aéreo no país", diz Giacomo Feres Staniscia, diretor de Inovação e Solução Tecnológicas da ATECH, empresa que trabalha com softwares de integração de sistemas em vários pontos do controle aéreo brasileiro, e que presta serviços para as três Forças Armadas.
Resolver essa saturação, segundo Giacomo, principalmente na área de aproximação a São Paulo, será fundamental para o país fazer frente ao esperado aumento do tráfego aéreo nos próximos anos em escala global. "O tráfego global será três vezes maior em 2015."
Giacomo deverá fazer uma palestra com o título "Gerenciamento do Tráfego Aéreo do Futuro" no próximo dia 19, durante uma feira de material bélico e de aviação civil que acontece de dois em dois anos no Rio, a LAAD 2007 (Latin America Aero & Defence).
A empresa chegou a pensar em cancelar a apresentação de Giacomo, dado o momento atual. Mas achou melhor mostrar o que deve ser feito no mundo -e o que pode ser feito no Brasil, pois há tecnologia suficiente para isso.
Resumidamente, para enfrentar o grande aumento mundial do número de vôos será preciso investir em flexibilização e automação, segundo o executivo da ATECH.
Há necessidade de expandir a capacidade de tratamento do número de vôos; de aumentar a segurança; e de otimizar os custos, diz Giacomo.
E isso só será possível com uma nova geração de sistemas capaz de redefinir o controle de tráfego, tirando ênfase da "setorizalização" do espaço aéreo.
Um sistema mais moderno de gerenciamento também permitiria que sistemas automáticos -tanto em terra como a bordo dos aviões- tomassem algumas das funções dos controladores de vôo, diminuindo sua carga de trabalho.
Prevista para os dias 17 a 20 próximos, no Riocentro, esta é a sexta edição da LAAD, que completa dez anos. É a primeira vez que a feira de material de defesa inclui o setor de aviação civil. Apesar da crise dos controladores, e da crônica falta de verbas para as Forças Armadas, a feira deverá ser 17% maior do que a última.
A feira é uma vitrina tanto da indústria bélica e aeronáutica nacional, como das realizações das Forças Armadas, além de ser uma oportunidade para empresas do mundo todo exporem suas novidades para militares da América Latina e outros continentes -a organização da feira trará delegações militares de cerca de 40 países. A LAAD 2005 recebeu 12.500 visitantes de 34 países (22% mais que a LAAD 2003).
Tradicionalmente, o ministro da Defesa e os comandantes do Exército, Marinha e Força Aérea abrem o evento. A vitrina pode parecer estilhaçada dada a crise atual. Mas, como a falta de equipamentos é parte do problema, bastará ir ao Rio com uma sacola de compras. Se houver, como não tem havido até agora, dinheiro.


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