São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2011

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O negócio do visto

Em São Paulo, mercado informal de despachantes cresce ao redor do Consulado dos EUA em resposta à alta demanda pelo endosso

ALEXANDRE NOBESCHI
DE SÃO PAULO

Às 9h20, após vencer uma fila de cerca de 200 metros, Nataniel dos Anjos, 23, é barrado na porta do consulado.
Sem o papel que comprova o agendamento de sua entrevista, o assistente administrativo nem bem consegue expressar sua aflição por estar com a documentação incompleta quando é "socorrido" por um olheiro.
Após ser levado para um dos despachantes, Nataniel volta à fila com olhar de alívio, mas com R$ 15 a menos no bolso. Esse foi o valor pago para acessar seu e-mail e imprimir o papel que faltava. "É um assalto. Mas a gente vai fazer o quê?"
O mercado de serviços de despachantes que se consolidou no entorno do Consulado dos Estados Unidos em SP é uma aula de capitalismo. Selvagem, diga-se.
Durante as cinco horas em que a Folha acompanhou a fila em frente ao consulado, foi possível notar que o problema mais comum era a falta do papel do agendamento.
O engano ocorria porque, ao fazer o agendamento, o solicitante recebia e-mail informando a necessidade de anotar o número do protocolo ou imprimir o documento.
Emma Marwood, vice-consulesa do setor de vistos, afirma que a falha foi corrigida e hoje as pessoas são informadas sobre a obrigatoriedade do papel.
"Mas como há muita demanda pelo visto e a espera pode chegar a cem dias, ainda haverá pessoas com a informação antiga."


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