São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2001

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Técnica já foi abandonada no Ceará

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de mais de uma década fazendo a nucleação de nuvens para intensificação da chuva em vários Estados do Nordeste, a Funceme abandonou, há três anos, a técnica que utilizava por considerá-la ineficiente.
Alguns fatores contribuíram para isso. O órgão lançava uma solução de cloreto de sódio nas nuvens, o que não apresentou resultados satisfatórios.
Há métodos que utilizam outras substâncias, como o cloreto de sódio queimado e o iodeto de prata, mas há desvantagens em ambos. O iodeto é caro, e o cloreto deve ser queimado no avião em vôo, o que dificulta a obtenção de uma licença do DAC (Departamento de Aviação Civil).
Mesmo sendo um processo barato, seus resultados e os ganhos reais são difíceis e caros de serem avaliados porque as chuvas naturais têm grande variabilidade.
O bombardeio já foi tentado, por exemplo, em Pernambuco, nas secas de 1979 e 1985, e, apesar de ter chovido, ninguém sabe dizer até hoje se o método foi o responsável pelo fim da estiagem.
Outro problema é que a nucleação é feita geralmente como uma medida de emergência, quando já se instalou a seca e não há muitas nuvens (como no caso de São Paulo), o que a torna inócua.
"A técnica deve ser empregada quando há nebulosidade e a possibilidade de chuva, de forma a aumentá-la", diz David Ferran, meteorologista da Funceme.
O processo de nucleação é hoje utilizado no Paraná para proteger as macieiras do granizo. (MV)


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