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Técnica já foi abandonada no Ceará
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de mais de uma década
fazendo a nucleação de nuvens
para intensificação da chuva em
vários Estados do Nordeste, a
Funceme abandonou, há três
anos, a técnica que utilizava por
considerá-la ineficiente.
Alguns fatores contribuíram
para isso. O órgão lançava uma
solução de cloreto de sódio nas
nuvens, o que não apresentou resultados satisfatórios.
Há métodos que utilizam outras
substâncias, como o cloreto de sódio queimado e o iodeto de prata,
mas há desvantagens em ambos.
O iodeto é caro, e o cloreto deve
ser queimado no avião em vôo, o
que dificulta a obtenção de uma
licença do DAC (Departamento
de Aviação Civil).
Mesmo sendo um processo barato, seus resultados e os ganhos
reais são difíceis e caros de serem
avaliados porque as chuvas naturais têm grande variabilidade.
O bombardeio já foi tentado,
por exemplo, em Pernambuco,
nas secas de 1979 e 1985, e, apesar
de ter chovido, ninguém sabe dizer até hoje se o método foi o responsável pelo fim da estiagem.
Outro problema é que a nucleação é feita geralmente como uma
medida de emergência, quando já
se instalou a seca e não há muitas
nuvens (como no caso de São
Paulo), o que a torna inócua.
"A técnica deve ser empregada
quando há nebulosidade e a possibilidade de chuva, de forma a
aumentá-la", diz David Ferran,
meteorologista da Funceme.
O processo de nucleação é hoje
utilizado no Paraná para proteger
as macieiras do granizo.
(MV)
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