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INDENIZAÇÕES AMBIENTAIS
Pagamentos poderiam chegar a R$ 50 bi em SP
CPI propõe parar processos por 1 ano
ELIANE MENDONÇA
DA FOLHA VALE
A CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) da Indústria da Indenização Ambiental da Assembléia Legislativa aprovou ontem o
relatório final que propõe que os
processos desse tipo em andamento sejam paralisados por um
ano no Estado de São Paulo e nos
tribunais superiores em Brasília.
Segundo a comissão, o Estado
teria de desembolsar R$ 50 bilhões se fosse pagar os valores pedidos nos 1.169 processos de indenização que estão em trâmite.
O relatório listou o nome de oito
pessoas que atuaram em avaliações de áreas para ações de desapropriação no Estado.
Segundo a CPI, os peritos José
Lasmar Filho e José Eduardo Narciso e o engenheiro florestal Jorge
Oneto praticaram irregularidades
que levaram ao superfaturamento
de áreas na região.
Lasmar foi quem avaliou a área
que deu origem ao maior precatório ambiental do país, em Ubatuba, no valor de R$ 1,5 bilhão.
Narciso trabalhou em mais de
60 processos, como o da avaliação
de uma área no Parque do Jacupiranga, que, com juros e correção,
podem passar de R$ 1 bilhão.
Oneto foi o engenheiro florestal
que elaborou o laudo de avaliação
da cobertura vegetal da área do
superprecatório de Ubatuba.
O relatório também sugere a
criação da Procuradoria Geral do
Meio Ambiente e a investigação
de cartórios de registro de imóveis em Ubatuba, Caraguatatuba,
São Sebastião e Cunha.
O relatório, concluído no mês
passado, foi aprovado por unanimidade. O deputado Salvador
Khuriyeh (PSB), o relator, declarou ontem que será proposta uma
comissão de representação para
que a Assembléia continue acompanhando o caso.
Para o deputado Milton Flávio
(PSDB), que presidiu a CPI, o resultado dos trabalhos constatou
que houve negligência.
"A situação só chegou a esse
ponto devido a omissões na defesa dos interesses do Estado, com
falhas da Procuradoria Geral do
Estado em defender o erário."
A CPI afirma em seu relatório,
entre outras coisas, que os pagamentos dos precatórios não atenderam à ordem cronológica.
Outro lado
O perito José Lasmar Filho disse
ontem à Folha que estava sabendo do relatório e que iria aguardar
os próximos acontecimentos.
"Acho que essa história de afirmar que causei danos ao Estado é
fruto de má interpretação dos deputados", disse. Segundo Lasmar,
a culpa dos valores altos é do Estado, que não paga a indenização
imediatamente.
Os outros dois citados da região
-José Eduardo Narciso e José
Oneto- não foram localizados
ontem para comentar o assunto.
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