DA SUCURSAL DO RIO

A polícia do Rio descobriu mais um paiol de traficantes. Foram encontrados, na laje de uma casa nos arredores da favela Vila Vintém (zona oeste), dois lança-rojões (conhecidos popularmente como bazucas), dez fuzis, uma metralhadora e cinco granadas de gás lacrimogêneo.
O arsenal de ontem é menor do que o encontrado há duas semanas na favela da Coréia, quando foram apreendidas oito minas terrestres e 161 granadas.
As granadas pertenceriam a um lote comprado em 1996 pela Aeronáutica, segundo a fabricante, a RJC, de Lorena (SP). As minas eram do mesmo tipo e lote de mais de 5.000 existentes no arsenal do Exército. Tanto a Força Aérea como o Exército dizem que esse armamento não foi desviado de seus depósitos.
Sobre a apreensão de ontem, o chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Álvaro Lins, disse que não é comum encontrar esse tipo de arma nessas operações. "Ela é capaz de lançar a longa distância uma granada num alvo terrestre."
Segundo ele, ainda não é possível dizer como elas chegaram às mãos dos traficantes. O tipo de bazuca apreendido, diz Lins, não é de uso exclusivo das Forças Armadas. Ele suspeita, no entanto, que seis dos dez fuzis possam ter sido desviados dos militares: "Esse tipo de fuzil [FAL] é utilizado pelas Forças Armadas. A placa de identificação dos lotes foi raspada, mas os peritos tentarão recuperar essa informação".
Ele estimou que o material valeria mais de R$ 200 mil. A polícia encontrou as armas enquanto tentava prender o traficante André Luiz da Costa, o Zé Galinha, da facção Amigo dos Amigos.
Sobre o roubo de armas do Depósito de Aeronáutica, na madrugada de ontem, Lins afirma que isso pode ser um reflexo da dificuldade dos traficantes para comprar armas. Ele diz que a Polícia Civil não tem competência legal para investigar o roubo. "O que é de nossa competência é o uso e o porte ilegal dessas armas."


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