São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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Professores e funcionários das Fatecs unificam reivindicações

DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores e funcionários em greve nas Fatecs (Faculdades de Tecnologia) e nas ETEs (Escolas Técnicas Estaduais) decidiram, na tarde de ontem, em assembléia extraordinária, unificar a pauta de reivindicações das duas entidades representativas das categorias e apresentá-la à Secretaria de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo.
A medida foi motivada por um pedido do secretário João Carlos de Souza Meirelles para facilitar a negociação do governo com o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps) e a Associação dos Docentes das Faculdades de Tecnologia do Centro Paula Souza (Adfatec). O governo afirma que está no limite prudencial de gastos com pessoal, definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o que o impede de conceder aumentos e, por isso, pediu a ampliação da pauta da greve, que já dura dois meses e meio.
As principais reivindicações unificadas são o reajuste salarial de 72,22%, a não-punição dos grevistas, o pagamento integral do período de greve, a realização do vestibular (Fatec) e do vestibulinho (ETEs) para as unidades de ensino no segundo semestre.
Os grevistas pedem ainda a formação de uma comissão com educadores, funcionários e o Centro Paula Souza (que administra as escolas) para a negociação, a cada mês subseqüente ao fechamento do quadrimestre da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), do cumprimento da pauta.
Os grevistas se comprometem no documento, que deve ser assinado pelo secretário, a suspender a greve e a repor os dias de aula perdidos tão logo as negociações com a secretaria tenham início.
"As ameaças de corte e de demissão feitas na semana passada pelo secretário foi o que mais motivou os grevistas a apresentarem uma proposta de trégua", afirmou Neusa Santana Alves, presidente do Sinteps.
Para o secretário-adjunto da Ciência e Tecnologia do Estado, Fernando Dias Menezes de Almeida, o impasse criado pela greve chega agora a um momento de "diálogo e consenso", motivado por um gesto "de extrema boa vontade" de ambas as partes.
"Com a ampliação da pauta de reivindicações, o governo pode negociar aquilo que está a seu alcance, já que a questão da reposição salarial só pode ser tratada quando a Lei de Responsabilidade Fiscal o permitir, após o fechamento quadrimestral."
Almeida disse que o documento será discutido hoje pela secretaria e pela superintendência do Centro Paula Souza. (FERNANDA MENA)


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