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SAÚDE / VISÃO
Cirurgia corretiva de visão, Lasik é alvo de contestações
Entidades e pacientes reclamam do Lasik, alegando que não produz efeitos desejados
Presidente de conselho de oftalmologia, porém, diz que a cirurgia a laser tem resultados "extremamente bons" quando bem indicada
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Aclamada por médicos e pacientes como uma cirurgia com
excelentes resultados em pessoas com miopia, hipermetropia ou astigmatismo, a operação conhecida como Lasik também é alvo de contestações. Algumas entidades e pacientes
reclamam que há chances consideráveis de a cirurgia não
produzir os efeitos desejados,
além do risco de seqüelas.
O último órgão a propor uma
discussão sobre a cirurgia foi o
FDA, agência que regula o setor
de saúde nos EUA -onde o Lasik é usado desde 1998. O órgão
iniciou audiências públicas em
abril para debater a técnica e
prepara um estudo para entender melhor quem tem maus resultados e se será necessário
emitir um alerta.
"Há claramente um grupo
não satisfeito e que não consegue o resultado esperado", disse Daniel Schultz, chefe de procedimentos médicos do FDA.
Uma das entidades que lutam por restrições à técnica está na internet. O site www.la
sikdisaster.com reúne estudos e depoimentos contra o Lasik, afirmando que ele pode ter
"conseqüências desastrosas".
Pacientes contam que ficaram
com seqüelas, principalmente
olho seco ou perda de visão.
Nos estudos disponibilizados,
tenta-se comprovar os riscos.
Um deles defende que até 60%
dos pacientes podem ter olho
seco após a operação.
Outro argumento é o desconhecimento dos efeitos a longo
prazo, já que o Lasik passou a
ser usado apenas nos anos 90.
Desde então, ele se popularizou e se tornou uma ferramenta usada em mais de um milhão
de pessoas por ano no mundo,
segundo sites médicos.
O Lasik consiste no corte de
uma fina camada da córnea que
permite a passagem do laser.
Ele remodela a córnea seguindo um mapa feito com informações colhidas anteriormente sobre o olho do paciente e o
que precisa ser alterado.
Hamilton Moreira, presidente do Conselho Brasileiro de
Oftalmologia, diz que, considerando os limites do laser, a cirurgia tem resultados "extremamente bons" quando bem
indicada. "Tudo, em medicina,
é uma relação entre expectativa e realidade. O que aconteceu
nos primeiros anos do Lasik foi
uma expectativa de supervisão,
como um verdadeiro milagre,
mas, depois, o paciente percebia que havia limitações."
Entre elas, o grau do problema: pessoas com mais de sete
graus de miopia, por exemplo,
não costumam receber a indicação.
Moreira, que diz considerar-se um entusiasta do Lasik, afirma que as complicações verificadas em sites com o "lasikdisaster" estão relacionadas à
enorme quantidade de pacientes submetidos à cirurgia.
"É uma das operações mais
feitas no mundo. Por isso, é claro que tem também um número maior de complicações, inerentes a qualquer cirurgia."
Ele diz, entretanto, que a cirurgia alcançou um grau de segurança bastante alto e que ela
já não é feita em tantos pacientes como nos primeiros anos.
"Hoje se faz menos e com
mais segurança. O sistema ficou todo computadorizado. O
médico não precisa mais digitar no computador o grau de
miopia do paciente, por exemplo. Isso é automático", diz.
Com agências internacionais
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