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JÚLIO MARIA BANDEIRA DE MELO (1925-2008)
Rei da alcunha na política de Cajazeiras
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Sempre vestido de branco", Júlio Maria Bandeira de
Melo, radialista político por
lazer e médico aposentado
havia duas décadas, chegava
na rádio para se divertir. "O
hobby dele era a política"
com sua dose de humor, que
traduzia em charges radiofônicas. Para desespero dos
inimigos de Cajazeiras (PB).
"Foi em berço de ouro"
que nasceu em Salvador, na
"casa em forma de castelo"
no bairro de Brotas. Filho de
juiz e neto de portugueses
"senhores de terras de cacau", diz o filho, "só tomava
banho com água de colônia
francesa". Culpa dos avós,
que lhe deram, ao fazer um
ano, "um carro Lincoln Continental para passear".
Médico recém-formado,
"foi atender no Inamps de
Cajazeiras". Com o salário
garantido pelo governo, "entrou para o jornalismo porque gostava" -mas um jornalismo ferrenho, de "oposição a Américo de Almeida",
governador da UDN na Paraíba dos anos 50.
Ficou famoso pelas alcunhas que punha nos opositores. O que foi mal nas eleições era o "Zerinho". Outro
foi acusado por desvios de
verba em um açude e virou o
"Carlinhos Beira-Açude".
Eleito vereador pelo PDC,
foi autor da lei que transformou Bom Jesus, de povoado,
em distrito de Cajazeiras, diz
o filho. E "foi quem cutucou"
a Assembléia para aprovar a
emancipação da cidade -da
qual foi o primeiro prefeito.
"Foi a cidade que ele abraçou como causa pessoal" e
onde foi enterrado, pelos três
filhos e três netos. Morrera
de infarto, na quarta, aos 82.
obituario@folhasp.com.br
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