São Paulo, domingo, 04 de maio de 2008

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JÚLIO MARIA BANDEIRA DE MELO (1925-2008)

Rei da alcunha na política de Cajazeiras

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Sempre vestido de branco", Júlio Maria Bandeira de Melo, radialista político por lazer e médico aposentado havia duas décadas, chegava na rádio para se divertir. "O hobby dele era a política" com sua dose de humor, que traduzia em charges radiofônicas. Para desespero dos inimigos de Cajazeiras (PB).
"Foi em berço de ouro" que nasceu em Salvador, na "casa em forma de castelo" no bairro de Brotas. Filho de juiz e neto de portugueses "senhores de terras de cacau", diz o filho, "só tomava banho com água de colônia francesa". Culpa dos avós, que lhe deram, ao fazer um ano, "um carro Lincoln Continental para passear".
Médico recém-formado, "foi atender no Inamps de Cajazeiras". Com o salário garantido pelo governo, "entrou para o jornalismo porque gostava" -mas um jornalismo ferrenho, de "oposição a Américo de Almeida", governador da UDN na Paraíba dos anos 50. Ficou famoso pelas alcunhas que punha nos opositores. O que foi mal nas eleições era o "Zerinho". Outro foi acusado por desvios de verba em um açude e virou o "Carlinhos Beira-Açude".
Eleito vereador pelo PDC, foi autor da lei que transformou Bom Jesus, de povoado, em distrito de Cajazeiras, diz o filho. E "foi quem cutucou" a Assembléia para aprovar a emancipação da cidade -da qual foi o primeiro prefeito.
"Foi a cidade que ele abraçou como causa pessoal" e onde foi enterrado, pelos três filhos e três netos. Morrera de infarto, na quarta, aos 82.

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