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Ruas do centro são tomadas por lixo na Virada Cultural
Houve falhas na varrição e
na coleta, diz prefeitura
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os shows passam, o lixo fica.
A Virada Cultural, que terminou ontem, transformou algumas ruas do centro em uma espécie de lixão a céu aberto, por
conta de falhas na organização
da limpeza e do déficit de varredores no centro.
No largo do Arouche e na
avenida São João, por exemplo,
os espaços públicos foram tomados por garrafas plásticas,
caixas de pizza, restos de alimentos e outros detritos.
Desde o dia 20 de abril, como
a Folha noticiou no sábado, a
região central está com 228
pessoas a menos na varrição.
Segundo o sindicato dos garis, esse é o número de ajudantes de limpeza que eram usados
pela prefeitura como varredores, apesar de não terem os
mesmos direitos trabalhistas.
Após convenção, eles paralisaram as atividades.
No largo do Arouche, a reportagem encontrou apenas
um gari na tarde de ontem.
Já na avenida Ipiranga, a reportagem contou cinco garis.
Um deles disse que faltava pessoal, especialmente para limpar as calçadas.
Se na lotada avenida São
João o lixo era imediatamente
associado à multidão, na vazia
região da 25 de Março papéis e
sacos plásticos abertos por catadores voavam pelas calçadas.
Apesar de ter quase triplicado o número de banheiros químicos (foi para 900) e contratado empresa para coletar o lixo do evento, a prefeitura não
disponibilizou lixeiras extras.
"Falta lixeira e as pessoas
não estão acostumadas a guardar o próprio lixo. O meu está
na minha bolsa. Parece uma
tradição: ver show e jogar lixo
no chão", diz a professora Regina Campos, 46.
O presidente da SPTuris, responsável pela organização da
Virada Cultural (em parceria
com Secretaria de Cultura),
Caio Carvalho, diz que houve
falhas na varrição e na coleta.
Disse ainda que vai averiguar
se o problema foi a diminuição
de efetivo (não falou o número
exato) ou por excesso de lixo.
Esse excesso, afirma, seria
devido a um público "maior
que o estimado" em determinados pontos. Ele diz que, devido à multidão, os caminhões
não conseguiam chegar aos banheiros químicos para fazer a
limpeza programada.
(ANDRÉ LOBATO e NATÁLIA PAIVA)
Folha Online
Ouça o prefeito Gilberto
Kassab sobre a questão do
lixo na Virada Cultural
www.folha.com.br/091231
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