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Calçada na rua Augusta já está esburacada
Pavimento reformado pela prefeitura entre 2006 e 2007, ao custo de R$ 2,2 milhões, está cheio de buracos e pedras soltas
Segundo a prefeitura, manutenção deve ser feita pelo dono do imóvel, mesmo que a obra tenha sido realizada pelo poder público
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo cobra de donos de imóveis do Morumbi que regularizem as calçadas, mas é difícil andar pelo
passeio público da rua Augusta,
restaurado pelo órgão, sem ter
de se desviar de buracos ou tropeçar em pedras soltas.
A obra na Augusta (nos Jardins, na zona oeste), feita entre
agosto de 2006 e fevereiro de
2007, custou R$ 2,2 milhões.
Em junho de 2007, cinco meses
após a conclusão da reforma, a
Folha registrou que o local já
apresentava falhas. Desde então, a situação só piorou.
Problema semelhante ocorre
na rua Teodoro Sampaio, em
Pinheiros (zona oeste), onde
também foi feita recentemente
a reforma das calçadas.
Nos dois casos, a opção da
prefeitura foi usar um piso de
blocos de concreto intertravados separados uns dos outros
por camadas de areia.
A prefeitura informou que a
manutenção do pavimento é de
responsabilidade do proprietário do imóvel, mesmo que a
obra tenha sido realizada pela
administração.
Em toda a cidade, de acordo
com a Secretaria das Subprefeituras, foram autuados 655 imóveis por irregularidades em
suas calçadas nos quatro primeiros meses deste ano. No
mesmo período de 2009, foram
467 autuações. Em todo o ano
passado, foram 1.052 casos.
Multas
A multa mínima é de R$
240,83 para imóveis com até
cinco metros de frente. Para
cem metros de frente, o valor é
de R$ 4.816,50. A multa é reaplicada a cada 30 dias, até que a
situação se regularize.
Rosana Ferrari, presidente
da seção paulista do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil),
defende que as calçadas de todas as cidades sejam acessíveis
a deficientes. "A cidade tem de
começar a se ajustar, tem de começar a organizar seus espaços,
deixar que eles fiquem com
uma mobilidade maior e uma
acessibilidade universal."
Ela diz que a ação da Subprefeitura do Butantã no distrito
do Morumbi é positiva, mas
critica a falta de atuação nas
praças e outros locais públicos.
"Não podem ser dois pesos e
duas medidas. Tem de trabalhar os espaços públicos em
que o privado vai cuidar, mas a
prefeitura também tem de cuidar dos espaços que são públicos", afirmou a presidente.
"Na medida em que prefeitura pede que se conserte a calçada particular, ela também tem
de fazer o papel no sentido de
deixar os espaços dela também
acessíveis", afirmou.
(EVANDRO SPINELLI E MÁRCIO PINHO)
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