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POLÍCIA
Convênio assinado ontem prevê compartilhamento de dados policiais entre Rio, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais
Estados vão trocar informações sobre crimes
DA SUCURSAL DO RIO
Representantes da Polícia Civil
do Rio, de São Paulo, do Espírito
Santo e de Minas Gerais assinaram ontem um convênio no qual
se comprometem a compartilhar
informações de suas bases de dados como forma de combater o
crime organizado.
Segundo o delegado Zaqueu
Teixeira, chefe da Polícia Civil do
Rio, a troca de informações em
tempo real permitirá que as polícias "avancem na mesma velocidade da criminalidade".
"Nós temos que trabalhar de
forma integrada. Temos que
compartilhar dados para além das
fronteiras, porque o criminoso já
atravessou as fronteiras dos Estados," disse Teixeira ao anunciar a
assinatura do convênio.
O principal objetivo da troca de
informações é a identificação de
quadrilhas especializadas em roubos e furtos de veículos, tráfico de
drogas e sequestros.
Pelo convênio, cada Estado do
Sudeste nomeará um delegado
que ficará responsável pelo compartilhamento de dados com os
demais. Ele terá uma senha que
permitirá o acesso aos bancos de
dados policiais dos demais Estados conveniados.
"Estamos ampliando a inteligência da polícia. A partir do
acordo, a troca de informações
poderá ser feita em minutos,
substituindo a antiga ação protocolar", disse Teixeira.
Segundo ele, hoje o pedido de
informações sobre um preso ou
acusado em outro Estado demora, no mínimo, 30 dias.
Por enquanto, o convênio envolve apenas os Estados do Sudeste, mas a idéia é ampliar para todo
o país a integração entre os bancos de dados das polícias.
Para que isso aconteça, já estão
sendo agendadas reuniões entre
as polícias dos quatro Estados e as
das outras unidades da Federação
que fazem divisa com eles.
"A tendência é que a polícia tenha uma única base de informações, o que é muito vantajoso para
o setor de inteligência. Será possível buscar as informações necessárias sobre qualquer criminoso,
que esteja atuando em qualquer
Estado do Brasil", disse o chefe da
Polícia Civil do Rio.
Primeiro alvo
A ligação entre as facções criminosas CV (Comando Vermelho),
do Rio, e PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo, será
um dos primeiros alvos da troca
de informações.
Investigações da Drae (Divisão
de Repressão a Armas e Explosivos) da Polícia Civil apontam que
a facção paulista já estaria atuando no tráfico de drogas do Rio.
A ficha completa de quatro sequestradores da atriz Vanessa
Bueno, 23, a Lili do programa "A
Turma do Didi", da TV Globo,
também poderá ser conseguida
rapidamente pela polícia do Rio.
O pedido, por meio de ofício, foi
feito há quase duas semanas. Os
sequestradores são de São Paulo.
O diretor de inteligência da polícia de São Paulo, Massilon Bernardes, que participou da reunião
e será o representante do Estado
na troca de informações, disse
que a maioria dos sequestros que
ocorrem em todo o Brasil tem como mentores criminosos oriundos do Sudeste.
"O Ministério da Justiça está
propondo a criação de um subsistema de segurança pública, que é
o que nós estamos adiantando.
Esse tipo de ação é fundamental
para combater o crime organizado", disse Bernardes.
Além de Bernardes e de Teixeira, estavam presentes na assinatura do convênio os chefes da Polícia Civil de Minas Gerais, Jacy de
Abreu, e da Polícia Civil do Espírito Santo, João Manoel Rodrigues
de Lima.
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