|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRÂNSITO
Segundo projeto da Dersa, empresa que investir na construção do trecho sul receberá "pedágio" do Estado por 30 anos
Governo quer que empresa banque Rodoanel
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo quer
que a iniciativa privada banque
parte da construção do trecho sul
do Rodoanel Mário Covas, cujas
obras devem começar em 2003,
em troca da receita de um tipo de
"pedágio" pago pelo poder público, e não por usuários da estrada.
Essa ligação, da rodovia Régis
Bittencourt à av. Papa João Paulo
23, no ABC paulista, é a de maior
extensão e custo de todos os trechos do Rodoanel -53,8 km e R$
1,9 bilhão, respectivamente.
As empresas interessadas, segundo a Dersa (Desenvolvimento
Rodoviário S.A.), devem fornecer
metade dos recursos necessários
para a obra e ser remuneradas durante 30 anos, a partir da abertura
do trecho sul ao tráfego.
Os pagamentos, porém, não devem ser fixos, como em um financiamento, mas proporcionais à
quantidade de veículos que usarem a estrada. O fluxo seria controlado eletronicamente, sem
postos de cobrança.
Esse modelo para a construção
do trecho sul é defendido pelo
presidente da Dersa, Sérgio Luiz
Pereira, baseado em experiências
na Espanha e na Inglaterra. Pereira vê nele a única alternativa para
evitar novos atrasos no cronograma do Rodoanel Mário Covas.
O EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto no Meio Ambiente) dos trechos sul, norte e leste, concluído
no final de abril, já prorrogou de
2006 para 2009 a previsão de conclusão dos 174 km da obra.
"Não dá mais para querer fazer
uma construção desse porte sem a
iniciativa privada. É a única forma
de garantir um fluxo de dinheiro
constante, sem haver interrupções", afirma Pereira.
A alternativa sugerida pela Dersa também é uma forma de garantir uma promessa da gestão Alckmin de não cobrar pedágio dos
veículos no Rodoanel, evitando
desgaste em ano eleitoral. O sistema, porém, não garantiria que essa cobrança não pudesse ser adotada futuramente.
Oeste
Os atrasos no cronograma do
Rodoanel acontecem desde que a
obra começou, em 1999. O problema pode se repetir agora, às
vésperas das eleições.
A inauguração completa do trecho oeste estava prevista para julho. A entrega, porém, está ameaçada pelo atraso na liberação de
verbas do governo federal. Até
agora, já foram entregues ao tráfego em torno de 14 km dos 32 km
previstos. O custo total da obra é
estimado em R$ 1,3 bilhão.
O trecho oeste interliga cinco
das dez estradas do projeto do
Rodoanel: Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castelo Branco,
Anhanguera e Bandeirantes.
Atualmente, estão abertas as ligações Régis-Raposo e Anhaguera-Bandeirantes-avenida Raimundo Pereira de Magalhães.
Dos R$ 84 milhões para a obra
estabelecidos no Orçamento de
2002 da União, só R$ 11 milhões
foram dados até agora. Uma verba de R$ 60 milhões prometida
para novembro de 2001 também
não foi liberada pelo governo Fernando Henrique Cardoso.
Condição
O presidente chegou a participar da inauguração do trecho Régis-Raposo, em abril, e prometer
a liberação de R$ 29 milhões até
maio. O Ministério dos Transportes informou que a verba depende
da prorrogação da CPMF.
Os recursos do governo do Estado reservados para este ano -R$
250 milhões- já foram gastos.
"Existe um risco muito sério de a
gente atrasar. A obra ainda não
parou, mas não está naquele ritmo. Se a verba não vier, a obra
não termina", afirma Pereira.
Depois que a Prefeitura de São
Paulo desistiu de bancar 25% da
construção do Rodoanel, foi firmado um acordo para que a responsabilidade por esses custos fosse dividida. O Estado bancaria 66,66% e a União, 33,33%. Por enquanto, em torno de 25% dos recursos são do governo FHC.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Administração: Projeto de Marta irá restringir propaganda e venda de álcool Índice
|