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EDUCAÇÃO
Novo tributo seria cobrado, após formatura, de ex-alunos de faculdades públicas
Ministro quer taxar ex-universitários
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, defendeu ontem
que ex-alunos de universidades
públicas paguem um tributo depois de formados, a ser revertido
para o ensino superior.
Cristovam disse ser favorável à
proposta de emenda constitucional 573/2002, do ex-deputado Padre Roque (PT-PR), que prevê o
recolhimento de uma contribuição social de ex-alunos de graduação e pós-graduação de universidades federais, estaduais e municipais proporcional à renda bruta.
O recurso, de acordo com a proposta, seria destinado à ampliação de vagas e valorização salarial
de professores.
Para Cristovam, poderiam ser
tributados, por meio de uma alíquota do Imposto de Renda, os
profissionais formados em universidades públicas com renda a
partir de R$ 30 mil por ano, o que
daria uma média mensal de rendimentos de R$ 2.500.
"Sou favorável ao debate sobre
esse assunto no Congresso Nacional e com a sociedade", disse o
ministro da Educação.
A PEC 573/2002 altera o artigo
212 da Constituição com o objetivo de ampliar as fontes de financiamento de universidades e criar
o Fundo Nacional de Manutenção
e Desenvolvimento do Ensino Superior. A proposta prevê ainda
outras fontes de financiamento
para o setor. A PEC está arquivada na Câmara, podendo voltar a
ser discutida caso haja um pedido
para retomá-la. Ontem, a deputada Selma Schons (PT-PR) afirmou que irá reapresentar o projeto de Padre Roque.
O presidente da UNE (União
Nacional dos Estudantes), Felipe
Maia, que se reúne hoje à tarde
com Cristovam para discutir o
Provão, afirmou não conhecer a
proposta do ministro. Mas afirmou que ela pode ser debatida
com os alunos.
Para o presidente da UNE, seria
mais importante discutir a reforma tributária, de modo que ela
permita uma tributação em que
"os mais ricos paguem mais".
Ontem, o Ministério da Educação também anunciou a liberação
de R$ 33 milhões para as universidades federais. Os recursos liberados são para a contratação de
6.000 professores e servidores da
área administrativa. Como o processo de contratação demora cerca de seis meses, as instituições
poderão utilizar inicialmente a
verba em custeio e manutenção.
O MEC também deve obter a liberação de outros R$ 34 milhões
destinados a universidades e que
estão bloqueados pelo Ministério
do Planejamento.
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