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CIGARROS
Emenda que proibia propaganda de bebidas alcoólicas ficou de fora
MP que libera comercial é aprovada
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após pressão do Palácio do Planalto e um acordo da base governista com o PFL, os deputados
aprovaram ontem em votação
simbólica a medida provisória 118
com alterações em relação ao cigarro, mas sem incluir a proibição
da propaganda de bebidas com
teor alcoólico menor que 13 graus
entre as 6h e as 22h.
A MP 118 liberou a publicidade
de cigarros no Grande Prêmio
Brasil de Fórmula 1 e permitia que
os anúncios em eventos esportivos internacionais fossem veiculados até 31 de julho de 2005.
Com o objetivo de ter o apoio
do PFL para derrubar a emenda
que tratava de bebida alcoólica, a
base governista aceitou ampliar o
prazo para 30 de setembro de
2005. A alteração foi incluída no
próprio projeto de conversão em
lei do relator Miguel de Souza
(PL-RO).
O pedido foi feito pelo PFL do
Rio de Janeiro para beneficiar o
Campeonato Mundial de Motovelocidade, que acontece na cidade no mês de setembro.
O PSDB foi contrário à MP e às
alterações feitas no texto. "Onde
passa um carro de corrida passa
uma motocicleta", disse Jutahy
Magalhães Junior (BA), líder tucano na Câmara.
Entre as mudanças aprovadas
no texto da MP estão: 1) proibição
da comercialização de cigarros e
outros produtos fumígeros em
órgãos ou entidades da administração pública, 2) inclusão de
mensagem de advertência falada,
além de escrita, contra os males
do cigarro a cada intervalo de 15
minutos durante as transmissões
dos eventos esportivos e 3) proibição explícita da venda de cigarros para menores de 18 anos, inclusive prevendo sanções para
quem desobedecer à legislação.
O texto original previa a obrigatoriedade da divulgação da mensagem de advertência escrita ou
falada, não obrigando a usar os
dois tipos. Para o relator, esse
ponto é importante porque faz a
contrapropaganda de cigarros.
Para derrubar a emenda do deputado Valdemar Costa Neto
(PL-SP) sobre os anúncios de bebidas alcoólicas, o governo criou
um grupo interministerial que
tem 90 dias para apresentar uma
proposta sobre o assunto.
Costa Neto disse ontem que estava conformado com a retirada
da emenda, mas que quer continuar a discutir o assunto.
O governo temia que a aprovação, sem discussão com sociedade e produtores, gerasse uma crise tanto no mercado de bebidas
alcoólicas, principalmente de cervejas, como no publicitário.
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