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PM vai manter operação antipiquetes na USP
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Militar voltou a
ocupar ontem, pela segunda
vez em uma semana, o campus
da USP na zona oeste de São
Paulo para impedir que funcionários em greve bloqueassem a
entrada de prédios, como a reitoria. O policiamento deve ficar
na universidade enquanto os
piquetes dos funcionários grevistas continuarem, diz a PM.
A presença da PM na universidade causou protestos de alunos e professores. A Adusp (associação dos docentes da USP)
convocou assembleia extraordinária para hoje, em que os
professores discutirão a questão e poderão entrar em greve.
Em nota, a entidade manifestou repúdio à medida, que considerou "intimidadora", "autoritária" e uma "ameaça à comunidade universitária".
Entre os 150 PMs mandados
para o local, estavam policiais
da Força Tática -tipo de tropa
de choque que usa escudos, cassetetes e armas com balas de
borracha e balas comuns.
Na segunda-feira, eles também estiveram na universidade
para cumprir um mandado de
reintegração de posse pedido
pela reitora Suely Vilela.
Há uma semana, as entradas
da reitoria da universidade estavam bloqueadas pelos manifestantes. Os grevistas impediam, com faixas e piquetes, o
acesso de funcionários que não
aderiram à paralisação.
O mesmo bloqueio era feito,
desde o início da greve, em 5 de
maio, em outros seis prédios.
Anteontem, manifestantes fecharam novamente os prédios.
O comandante da PM responsável pela operação, Cláudio Longo, afirma que a polícia
retornou porque houve descumprimento do mandado.
"Isso é crime de desobediência
civil", afirmou o oficial.
Em protesto contra a operação policial, estudantes e professores se juntaram aos grevistas em frente à reitoria da
universidade. Policiais e grupos
de alunos chegaram a discutir,
mas não houve confrontos.
O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo) afirmou,
em nota, que apoia a medida judicial tomada pela reitora.
O órgão afirmou que só retomará as negociações salariais,
interrompidas na segunda retrasada, quando os piquetes na
USP terminarem.
Na última reunião, os reitores ofereceram aos docentes e
funcionários da USP, da Unesp
e da Unicamp 6,05% de aumento. Eles reivindicam 16%, mais
um valor fixo de R$ 200.
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