São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Viúva quis balear matador de delegado
da Reportagem Local A dona-de-casa Cássia Nonato Nobre Santana, 36, tentou atirar nos homens que mataram seu marido, o delegado Alcioni Serafim de Santana, 41, da corregedoria da PF (Polícia Federal) em São Paulo. Essa foi uma das principais revelações feitas ontem por Cássia durante a reconstituição do crime, ocorrido na semana passada na rua Chico Herrera, na Vila Nova Mazzei (zona norte de São Paulo). Além disso, a viúva também mostrou aos peritos que o marido morreu em uma espécie de tocaia armada por dois homens -ambos estavam escondidos, um em cada lado da casa do casal. De acordo com a versão apresentada pela dona-de-casa, ela retirou o Gol da garagem e parou o veículo ao lado da calçada, em frente a uma casa ao lado de sua residência. Enquanto isso, seu marido, o delegado-corregedor, abaixou-se para fechar o portão. Nesse momento, ela disse ter visto um dos homens sair do terreno de uma casa em reforma que fica ao lado de onde estava parada. O assassino, que estava escondido atrás de um muro, passou ao lado do Gol e dirigiu-se a Santana. Ele caminhava com as mãos para trás e sacou um arma semelhante a um revólver. Seu marido teria se voltado e levantado as mãos, mesmo assim, recebeu o primeiro tiro. Santana caiu de costas na sarjeta. O assassino se abaixou e disparou novamente a cerca de 30 centímetros da vítima. Segundo a perícia, o criminoso acertou um tiro no pescoço do delegado-corregedor, um nas costas, um no braço e errou um quarto disparo. A bala que acertou as costas de Santana pegou de raspão a pistola calibre 45 do delegado-corregedor. Cássia disse que pôde ver tudo, pois voltou a cabeça para trás. Após os disparos, o assassino fugiu a pé, se afastando do carro. A dona-de-casa afirmou que saiu do Gol, foi até o corpo do marido e apanhou a pistola, que ele carregava nas costas. Cássia apontou para o matador e disse ter tentado atirar, o que só não foi possível porque a bala que acertara a pistola travara o gatilho da arma. Escondido Ela afirmou aos peritos que pôde ver o segundo participante do crime sair de trás de um arbusto, onde estava escondido, e correr na mesma junto com o autor dos disparos. Cada passo da descrição foi fotografado pela perícia. Policiais fizeram o papel dos assassinos e do marido da dona-de-casa. "A reconstituição servirá para mostrar no inquérito o que aconteceu no dia do crime", afirmou o delegado João Alves Araujo, da Divisão de Homicídios. De acordo com os peritos, a versão da viúva é compatível com os ferimentos encontrado no corpo do delegado-corregedor. Em cinco dias, o laudo do perito Paulo Adami deverá estar pronto. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
|