São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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EDUCAÇÃO
Funcionários de universidades federais dizem que paralisarão as atividades se não forem recebidos hoje pelo MEC
Servidor em greve ameaça parar hospitais

da Sucursal de Brasília

Servidores de universidades e escolas técnicas e agrotécnicas federais ameaçam paralisar hospitais e restaurantes que funcionam dentro dessas instituições, caso não sejam recebidos hoje por um representante do MEC (Ministério da Educação).
Hospitais e restaurantes de universidades são os únicos núcleos não atingidos até agora pela greve de professores e servidores, que já dura mais de dois meses.
A Fasubra (entidade que representa os funcionários técnico-administrativos) e o Sinafe (entidade que representa trabalhadores de escolas técnicas e agrotécnicas) têm um encontro hoje com o secretário de Ensino Superior, Abílio Baeta.
As duas entidades, no entanto, decidiram radicalizar, afirmando que outros três encontros já foram desmarcados pelo Ministério da Educação e que um novo adiamento não será tolerado.
Para as duas entidades, o MEC quer, com os sucessivos adiamentos, ganhar tempo e desgastar o movimento.
Ontem, o ministro Paulo Renato Souza (Educação) e a Andes (entidade que representa os professores de universidades federais) se reuniram para tentar chegar a um acordo. Até o fechamento desta edição, a reunião não havia terminado.
De qualquer modo, os professores conseguiram uma vitória, com o recuo do ministro de mandar até ontem um projeto de lei ao Congresso prevendo a criação das gratificações que seriam dadas aos docentes como uma forma de reajuste. Por pressão de parlamentares ligados à área de educação, o envio do projeto ao Congresso foi adiado até que o ministro receba sugestões de parlamentares e da Andes.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), criticou ontem a greve dos professores universitários, que chamou de "exagerada", e apelou para que voltem ao trabalho.
Segundo ACM, a reivindicação salarial é justa, mas os professores devem pensar nas consequências. "Os estudantes querem estudar", afirmou o senador, dizendo estar falando em nome dos milhares de estudantes e pais que sofrem com a paralisação.

Empréstimo
A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul emprestou ontem, das 9h às 11h, R$ 20 mil para 40 professores que estão em greve e sem receber salário. Eles foram os primeiros a aderirem à idéia da entidade de emprestar dinheiro aos grevistas -R$ 500, no máximo, para cada interessado- apresentada na última assembléia da categoria pela direção da Adufrgs.



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