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Justiça determina quebra do sigilo do caso Gil Rugai
ALEXANDRE HISAYASU
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça de São Paulo determinou na quinta-feira da semana passada a quebra do sigilo no processo contra o estudante Gil Rugai.
Ele é acusado de participar do
assassinato do pai, o empresário Luiz Rugai, 40, e da mulher
do pai, Alessandra, 33, no dia
28 de março de 2004, em Perdizes (zona oeste da cidade de
São Paulo).
O sigilo processual havia sido
decretado a pedido dos advogados do estudante.
No entanto, o juiz Cassiano
Ricardo Zorze Rocha, do 5º
Tribunal do Júri, aceitou as alegações da promotora Mildred
de Assis Gonzales de que os
próprios defensores do acusado descumpriram a ordem de
sigilo judicial.
Em suas alegações, a promotora afirma que a partir do dia
27 de junho, quando foi divulgada a apreensão de uma arma
sobre a qual recai a suspeita de
que tenha sido usada no assassinato, os advogados de Gil falaram sobre provas sigilosas
contidas no processo em entrevistas à imprensa.
A arma foi encontrada na segunda-feira passada no fosso
do elevador de um prédio onde
Gil Rugai tinha duas salas de
escritório alugadas à época do
duplo assassinato.
O exame pericial ainda não
foi concluído, mas a arma tem
o mesmo calibre daquela que
matou o casal no ano passado.
Com base nisso, a promotora
pediu que o sigilo processual
fosse quebrado para que o Ministério Público e a Polícia Civil
pudessem dar esclarecimentos
sobre o caso.
Ainda durante o sigilo do
processo, Gil concedeu entrevista a um jornal de São Paulo.
O advogado Fernando José
da Costa, que representa Gil
Rugai no caso, foi procurado
pela reportagem para comentar a decisão da Justiça, mas
não telefonou de volta.
O crime
O empresário Luiz Rugai e
sua mulher Alessandra foram
mortos em sua própria casa
com tiros de pistola 380.
Durante as investigações, a
polícia encontrou no quarto do
estudante uma nota fiscal, em
nome dele, de um coldre para
pistolas 380. Também havia no
local, segundo a polícia, estojos
-com e sem munição- de
igual calibre.
Um laudo do IC (Instituto de
Criminalística) afirma que Gil
arrombou a porta de um dos
cômodos da casa de seu pai
com um chute quando momentos antes do horário estimado da morte de Luiz Rugai.
Alessandra foi morta primeiro,
assim que abriu a porta da casa.
Além disso, o vigia da rua,
que está sob proteção policial,
afirmou que viu Gil sair da casa, acompanhado por outra
pessoa, logo após ouvir os tiros
que mataram o casal.
Os advogados do acusado
têm afirmado que as provas
apresentadas até agora não
comprovam o envolvimento
de Gil no duplo assassinato.
Em junho de 2004, o Tribunal
de Justiça (TJ) negou habeas-corpus para que o acusado respondesse ao processo em liberdade. Gil está preso desde abril.
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