São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2005

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Justiça determina quebra do sigilo do caso Gil Rugai

ALEXANDRE HISAYASU
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça de São Paulo determinou na quinta-feira da semana passada a quebra do sigilo no processo contra o estudante Gil Rugai.
Ele é acusado de participar do assassinato do pai, o empresário Luiz Rugai, 40, e da mulher do pai, Alessandra, 33, no dia 28 de março de 2004, em Perdizes (zona oeste da cidade de São Paulo).
O sigilo processual havia sido decretado a pedido dos advogados do estudante.
No entanto, o juiz Cassiano Ricardo Zorze Rocha, do 5º Tribunal do Júri, aceitou as alegações da promotora Mildred de Assis Gonzales de que os próprios defensores do acusado descumpriram a ordem de sigilo judicial.
Em suas alegações, a promotora afirma que a partir do dia 27 de junho, quando foi divulgada a apreensão de uma arma sobre a qual recai a suspeita de que tenha sido usada no assassinato, os advogados de Gil falaram sobre provas sigilosas contidas no processo em entrevistas à imprensa.
A arma foi encontrada na segunda-feira passada no fosso do elevador de um prédio onde Gil Rugai tinha duas salas de escritório alugadas à época do duplo assassinato.
O exame pericial ainda não foi concluído, mas a arma tem o mesmo calibre daquela que matou o casal no ano passado.
Com base nisso, a promotora pediu que o sigilo processual fosse quebrado para que o Ministério Público e a Polícia Civil pudessem dar esclarecimentos sobre o caso.
Ainda durante o sigilo do processo, Gil concedeu entrevista a um jornal de São Paulo.
O advogado Fernando José da Costa, que representa Gil Rugai no caso, foi procurado pela reportagem para comentar a decisão da Justiça, mas não telefonou de volta.

O crime
O empresário Luiz Rugai e sua mulher Alessandra foram mortos em sua própria casa com tiros de pistola 380.
Durante as investigações, a polícia encontrou no quarto do estudante uma nota fiscal, em nome dele, de um coldre para pistolas 380. Também havia no local, segundo a polícia, estojos -com e sem munição- de igual calibre.
Um laudo do IC (Instituto de Criminalística) afirma que Gil arrombou a porta de um dos cômodos da casa de seu pai com um chute quando momentos antes do horário estimado da morte de Luiz Rugai. Alessandra foi morta primeiro, assim que abriu a porta da casa.
Além disso, o vigia da rua, que está sob proteção policial, afirmou que viu Gil sair da casa, acompanhado por outra pessoa, logo após ouvir os tiros que mataram o casal.
Os advogados do acusado têm afirmado que as provas apresentadas até agora não comprovam o envolvimento de Gil no duplo assassinato.
Em junho de 2004, o Tribunal de Justiça (TJ) negou habeas-corpus para que o acusado respondesse ao processo em liberdade. Gil está preso desde abril.


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