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Na prisão de Marcola, detentos fazem mais um quebra-quebra
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
Pela segunda vez em menos
de quatro dias, presos da penitenciária de segurança máxima
de Presidente Bernardes (interior de São Paulo), que abriga as
principais lideranças da facção
criminosa PCC, iniciaram uma
espécie de rebelião na unidade.
A ação foi na noite de domingo. Os detentos gritaram, bateram nas portas de aço e quebraram quase todos os vidros das
janelas das celas.
Para conter o tumulto, foi
preciso convocar um grupo especial de agentes penitenciários armados. Houve uso de
bombas de efeito moral.
A Folha apurou que o preso
Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como
principal líder do PCC, também participou do tumulto. A
SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) nega que isso tenha ocorrido.
Por volta das 21h30 de domingo, os agentes iniciaram
uma revista na unidade, concluída às 3h40 de ontem. Encontraram dezenas de estiletes
artesanais, feitos pelos presos
com pedaços de alumínio das
janelas. Os vidros intactos de
outras celas foram retirados.
São 160 celas no presídio. No
tumulto de domingo, 103 delas
foram danificadas. Na quinta-feira, 25 sofreram danos.
Há dois motivos que levaram
os presos a se rebelar. O primeiro é a possibilidade de uma
eventual transferência de líderes do PCC para o presídio federal de Catanduvas (PR), o
que aumentará o isolamento
dos criminosos.
O outro é o tratamento rigoroso que parte da facção recebe
na penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Eles estão vigiados por agentes armados e
cumprem horários restritos de
banho de sol e visitas.
No final de semana passado,
a revolta em Presidente Bernardes aumentou quando os
detentos ficaram sabendo da
suspensão, por dez dias, do banho de sol e das visitas. A medida foi tomada em razão do tumulto da última quinta-feira.
Colaborou RACHEL AÑON , da Agência Folha
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