São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2006

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Na prisão de Marcola, detentos fazem mais um quebra-quebra

CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

Pela segunda vez em menos de quatro dias, presos da penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes (interior de São Paulo), que abriga as principais lideranças da facção criminosa PCC, iniciaram uma espécie de rebelião na unidade. A ação foi na noite de domingo. Os detentos gritaram, bateram nas portas de aço e quebraram quase todos os vidros das janelas das celas. Para conter o tumulto, foi preciso convocar um grupo especial de agentes penitenciários armados. Houve uso de bombas de efeito moral. A Folha apurou que o preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como principal líder do PCC, também participou do tumulto. A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) nega que isso tenha ocorrido. Por volta das 21h30 de domingo, os agentes iniciaram uma revista na unidade, concluída às 3h40 de ontem. Encontraram dezenas de estiletes artesanais, feitos pelos presos com pedaços de alumínio das janelas. Os vidros intactos de outras celas foram retirados. São 160 celas no presídio. No tumulto de domingo, 103 delas foram danificadas. Na quinta-feira, 25 sofreram danos. Há dois motivos que levaram os presos a se rebelar. O primeiro é a possibilidade de uma eventual transferência de líderes do PCC para o presídio federal de Catanduvas (PR), o que aumentará o isolamento dos criminosos. O outro é o tratamento rigoroso que parte da facção recebe na penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Eles estão vigiados por agentes armados e cumprem horários restritos de banho de sol e visitas. No final de semana passado, a revolta em Presidente Bernardes aumentou quando os detentos ficaram sabendo da suspensão, por dez dias, do banho de sol e das visitas. A medida foi tomada em razão do tumulto da última quinta-feira.


Colaborou RACHEL AÑON , da Agência Folha


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