São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2006

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Acusado de aliciar mulher é preso no Congresso

Homem circulava havia anos na Câmara e no Senado

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A polícia legislativa da Câmara dos Deputados prendeu em flagrante, nas dependências da Casa, um homem que se apresentava como jornalista e foi acusado de aliciar mulheres para fins de migração.
Fábio Henrique da Rocha, 38, circulava havia anos pelo Congresso, usando os comitês de imprensa tanto da Câmara quanto do Senado. Ele se dizia fotógrafo, embora não carregasse câmera fotográfica. Rocha não tinha, no ato da prisão, credencial de jornalista fornecida pela Câmara. Mas tinha credencial de acesso, como jornalista, ao Palácio do Planalto.
Na última quarta, a polícia legislativa obteve informações de que alguém estaria aliciando mulheres na Casa. Os policiais foram até o décimo andar do anexo 4 da Câmara, onde há uma lanchonete, e acharam Rocha reunido com cerca de dez mulheres e um homem. Ele confessou, segundo a polícia, que pretendia levá-las à Itália, onde trabalhariam como manicure ou babá. Ele iria cobrar ao menos R$ 5.000 de cada uma para despesas com a estada.
Os policiais entrevistaram seis das mulheres. Elas contaram ter respondido a um anúncio de jornal, em que Rocha dava como contato seu número de celular. Na conversa, Rocha se apresentava, segundo o relato delas, como ex-funcionário da Câmara e então marcava o encontro na lanchonete.
Ele poderá responder por estelionato, além de crime de aliciamento para fins de migração, cuja pena prevista é detenção de um a três anos, além de multa. O caso foi encaminhado à Justiça Federal. Rocha estava preso até ontem na carceragem do Departamento de Polícia Especializada de Brasília. Hoje, deve ser transferido a uma ala do Complexo Penitenciário da Papuda, onde poderá ficar enquanto aguarda julgamento.
Rocha disse à polícia que conhecia parlamentares e que circulava pela Câmara havia pelo menos cinco anos. A polícia legislativa ainda investiga o caso, inclusive para apurar se havia envolvimento de autoridades no suposto esquema.
Segundo a polícia, Rocha disse ter trabalhado para o Ministério do Trabalho, na gestão do petista Jaques Wagner. O governo informou que ele foi contratado como fotógrafo free-lancer por um mês.


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