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Acusado de aliciar mulher é preso no Congresso
Homem circulava havia anos na Câmara e no Senado
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A polícia legislativa da Câmara dos Deputados prendeu em
flagrante, nas dependências da
Casa, um homem que se apresentava como jornalista e foi
acusado de aliciar mulheres para fins de migração.
Fábio Henrique da Rocha,
38, circulava havia anos pelo
Congresso, usando os comitês
de imprensa tanto da Câmara
quanto do Senado. Ele se dizia
fotógrafo, embora não carregasse câmera fotográfica. Rocha não tinha, no ato da prisão,
credencial de jornalista fornecida pela Câmara. Mas tinha
credencial de acesso, como jornalista, ao Palácio do Planalto.
Na última quarta, a polícia legislativa obteve informações de
que alguém estaria aliciando
mulheres na Casa. Os policiais
foram até o décimo andar do
anexo 4 da Câmara, onde há
uma lanchonete, e acharam
Rocha reunido com cerca de
dez mulheres e um homem. Ele
confessou, segundo a polícia,
que pretendia levá-las à Itália,
onde trabalhariam como manicure ou babá. Ele iria cobrar ao
menos R$ 5.000 de cada uma
para despesas com a estada.
Os policiais entrevistaram
seis das mulheres. Elas contaram ter respondido a um anúncio de jornal, em que Rocha dava como contato seu número de
celular. Na conversa, Rocha se
apresentava, segundo o relato
delas, como ex-funcionário da
Câmara e então marcava o encontro na lanchonete.
Ele poderá responder por estelionato, além de crime de aliciamento para fins de migração, cuja pena prevista é detenção de um a três anos, além de
multa. O caso foi encaminhado
à Justiça Federal. Rocha estava
preso até ontem na carceragem
do Departamento de Polícia
Especializada de Brasília. Hoje,
deve ser transferido a uma ala
do Complexo Penitenciário da
Papuda, onde poderá ficar enquanto aguarda julgamento.
Rocha disse à polícia que conhecia parlamentares e que circulava pela Câmara havia pelo
menos cinco anos. A polícia legislativa ainda investiga o caso,
inclusive para apurar se havia
envolvimento de autoridades
no suposto esquema.
Segundo a polícia, Rocha disse ter trabalhado para o Ministério do Trabalho, na gestão do
petista Jaques Wagner. O governo informou que ele foi contratado como fotógrafo free-lancer por um mês.
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