São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2006

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Falta remédio para transplantados no HC

Medicamento Myfortic, um imunosupressor, evita rejeição do órgão; droga foi entregue ontem

Leonardo Wen/Folha Imagem
Tomer Carolla exibe a cartela de medicamento que faltou no HC


DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o maior do país, deixou faltar um remédio essencial e de uso contínuo para transplantados, que evita a rejeição do órgão.
A agente de turismo Malka Carolla, 54, relata ter ido com o filho Tomer Carolla, 17, à consulta na unidade na última quinta e ter ficado desesperada. Tomer passou por um transplante de rim quando tinha um ano e até hoje tem de tomar as drogas contra a rejeição, chamadas de imunosupressoras. No caso do rapaz, o remédio prescrito é o micofenolato sódico, cujo nome fantasia é Myfortic, droga de alto custo patenteada pelo laboratório Novartis -não há genéricos.
Depois de duas horas de espera na fila da farmácia, para onde se dirigiram após a consulta, uma funcionária disse à Malka que não havia a droga e não passou qualquer outra orientação. "Saí chorando. Isso já tinha acontecido poucas vezes nos últimos anos, mas como eles davam uma reserva, não tinha problema. Hoje dão para 30 dias exatamente", disse.
Malka, preocupada, voltou ao setor de consultas com seu filho e outros pacientes que ficaram sem o remédio e contou o problema aos médicos, que estranharam a falta do remédio.
Os profissionais, então, deram a Tomer comprimidos que estavam no setor de pesquisa e no ambulatório, suficientes para o fim de semana.
Ontem a farmácia do HC informou que o medicamento "já havia chegado" e Malka conseguiu retirá-lo no fim da tarde.
"Tive em mente até internar meu filho poder medicá-lo", diz a agente de turismo.
O Hospital das Clínicas informou que a Novartis atrasou a entrega do remédio que deveria ter ocorrido na semana passada. Procurado pela reportagem, o laboratório Novartis negou. Informou ter entregado 33.400 comprimidos de Myfortic ontem, suficientes para 45 dias. O diretor corporativo da empresa, Nelson Mussolini, afirma que o pedido de nova remessa foi realizado pelo HC no último dia 19 de junho e que a entrega foi no 14º dia do prazo máximo de 15 dias. "Pode ter ocorrido uma maior demanda", disse. (FABIANE LEITE)


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