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SP registra recorde histórico de dengue
No primeiro semestre de 2007, Estado teve 52.566 casos, número superior aos 51.668 registrados em todo o ano de 2001
Número de mortos pelo tipo hemorrágico já é o mesmo de 2006 todo; ao menos 90 dos 645 municípios paulistas enfrentam epidemias
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de casos de dengue registrados no Estado de
São Paulo até agora já ultrapassou o recorde histórico de todo
o ano de 2001, quando 51.668
pessoas contraíram a doença.
De janeiro a 1º de julho deste
ano, houve 52.566 registros de
dengue. Em 2006, o total de casos foi de 50.027.
A quantidade de mortos por
dengue hemorrágica verificada
neste ano também já se igualou
a 2006 todo: 14. Neste ano, foram registrados 47 casos da forma mais grave da doença.
Pelo menos 90 dos 645 municípios do Estado enfrentam
epidemias de dengue -é considerado estado de epidemia
quando existem mais de 300
casos por 100 mil habitantes.
Na cidade de São Paulo, com
1.715 casos, não há epidemia.
A Secretaria da Saúde do Estado atribui o recorde a três fatores: o forte calor aliado às
chuvas nos primeiros meses do
ano; a epidemia de dengue em
Mato Grosso do Sul, que faz divisa com São Paulo; e uma
maior circulação do vírus subtipo 3, que causa mais sintomas
da doença e, conseqüentemente, mais notificações.
O infectologista Luiz Jacinto
da Silva, professor da Unicamp,
acrescenta mais um fator que
estaria contribuindo para o
descontrole da doença: a descontinuidade das ações preventivas. "Não sei se é por inércia,
incompetência ou outra dificuldade. O fato é que, enquanto
tratarmos a dengue ano a ano,
estaremos à mercê da doença.
Todo ano é a mesma coisa;
monta-se um esquadrão da
dengue no verão e, depois, as
ações são esquecidas."
Para o superintendente da
Sucen (Superintendência de
Controle de Endemias), Afonso
Viviani Junior, a tendência da
doença nas últimas semanas
tem sido de queda em razão dos
fatores climáticos (tempo seco
e frio). "Isso faz com que a população do mosquito transmissor da dengue reduza de maneira significativa."
Ele afirma que a Sucen tem
orientado os municípios a se
manterem alertas mesmo com
a diminuição de casos. "Se conseguirmos eliminar o número
de criadouros do mosquito, isso vai prevenir a força de circulação do vírus no início do próximo verão."
Mortalidade
Neste ano, o país tem registrado um aumento na taxa de
mortalidade de dengue. Até
março, o índice era de 13,7%
-contra 11% em 2006. A OMS
(Organização Mundial da Saúde) preconiza 3%. De janeiro a
março, o Brasil computou 134,9
mil casos da doença.
Autoridades de saúde dizem
que o salto nas complicações é
esperado porque, à medida que
as pessoas contraem dengue
por um determinado subtipo
de vírus e depois se reinfectam
por outro, são maiores as chances de complicações. Há três
subtipos virais em circulação.
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