São Paulo, sábado, 04 de julho de 2009

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Argentina tem 100 mil infectados, estima ministro

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

As restrições a atividades se multiplicaram na Argentina nesta semana em razão do avanço da epidemia de gripe A (H1N1), que passou a ser vista como ameaça por todo o país.
O ministro da Saúde, Juan Manzur, afirmou que desde maio há registro de 110 mil casos de gripe, sem especificar o tipo. Disse, contudo, que 85% a 90% dos vírus que circulam hoje no país são do tipo A -o que significa 100 mil casos estimados, número superior ao de confirmados em todo o mundo, que ontem chegou a 89.966.
Na Argentina, segundo o ministro, estão confirmados 2.800 casos e 44 mortes.
O país inteiro suspendeu aulas, adiantando as férias de 11 milhões de alunos. A Justiça antecipou o recesso e o governo federal deu licença de 15 dias a grávidas e trabalhadores vulneráveis, como portadores de câncer, dos setores público e privado. Quem tenha parente infectado também será liberado.
A cada dia há mais cancelamentos de eventos públicos. O principal prêmio da TV argentina foi adiado, a feira do livro infantil de Buenos Aires foi cancelada e a liga nacional de rugby -esporte muito popular no país- suspendeu atividades.
A cidade e a Província de Buenos Aires, que concentram 85% dos casos, declararam emergência sanitária -medida que desburocratiza o uso de verbas. Na região, há transmissão sustentada do vírus e faltam máscaras e álcool nas farmácias.
As restrições de atividades começaram um dia após as eleições legislativas nacionais, que reuniram no domingo 20 milhões de pessoas em 13,2 mil locais de votação, em uma potencial fonte de contágio.
Na segunda-feira, a então ministra da Saúde pediu demissão. Soube-se depois que ela recomendara o adiamento das eleições. Ontem, a diretora da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), a argentina Mirta Roses, vinculou as eleições ao aumento de casos.
O governo federal é questionado na imprensa por suposta demora na adoção das medidas restritivas. Críticos dizem que o governo quis evitar o custo político de declarar emergência nacional e adiar a votação.


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