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"Nós estamos mais ricos', comemora ladrão
da Reportagem Local
"Deu tudo certo. Vocês estão liberados, e nós estamos mais ricos." Assim um dos ladrões se
despediu dos familiares dos funcionários da Transpev que eram
mantidos como reféns.
Os ladrões que estavam na sede
da empresa de transporte de valores passaram um bip para os companheiros que mantinham os reféns num quartinho nos fundos de
uma casa. A mensagem dizia que o
assalto havia dado certo.
O mesmo ladrão disse aos reféns
que eles deveriam permanecer na
casa, pois a polícia seria avisada e
estaria ali em 30 minutos. Passado
esse tempo, o refém Jesse Alves de
Vasconcelos, 26, saiu da casa e
chamou a PM. A Lapa (zona noroeste) foi vasculhada pela polícia,
que não achou os ladrões.
Além das armas, fuzis e submetralhadoras, o grupo usou ainda
rádios sintonizados nas frequências de comunicação das Polícias
Civil e Militar, telefones celulares,
aparelhos de bip e microfone.
Com eles, eles acompanharam o
movimento dos reféns e da polícia. Nenhum tiro foi disparado.
Ninguém ficou ferido.
A polícia apura a possibilidade
de o assalto a Transpev estar ligado a outro roubo ocorrido em
Araçatuba (532 km a noroeste de
SP) neste ano. Naquela cidade, um
grupo de assaltantes invadiu a sede da transportadora de valores
Protege e levou R$ 2 milhões.
Sigilo
A Polícia Civil tentou manter em
segredo detalhes do assalto, negando à imprensa o acesso ao boletim de
ocorrência com as informações
sobre o roubo a Transpev.
"Não tenho estrutura nessa delegacia e ainda tenho que cuidar
de 90 presos", disse o delegado
Pedro José da Silva, do 93º DP, para justificar a decisão.
O delegado se limitou a confirmar a existência do assalto. "Não
revelo dados pessoais dos envolvidos", afirmou. Disse também que
estava sozinho na delegacia e que
havia recebido apoio da Delegacia
Geral de Polícia para sua decisão.
O registro do caso causou disputa entre o 93º DP e o Depatri (Departamento Estadual de Investigações sobre Crimes Contra o Patrimônio). Ambos queriam ter primeiro as informações do crime,
mas até a noite de ontem não tinham pistas dos criminosos.
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