São Paulo, Domingo, 04 de Julho de 1999
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MOVIMENTO ESTUDANTIL
Eleição é hoje em MG; maioria das chapas é a favor de eleição direta
UNE elege nova diretoria em sua última eleição indireta

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte A União Nacional dos Estudantes (UNE) elege hoje sua nova diretoria, na eleição que pode ser a última realizada com o voto de delegados em sua história.
A maioria das chapas envolvidas na disputa de hoje é a favor de eleições diretas. No entanto, os militantes ligados ao PC do B, que venceram todas as eleições desde 1992, são contrários à proposta.
A eleição será realizada no último dia do 46º Congresso Nacional da UNE, em Belo Horizonte (MG), e decidida por delegados escolhidos nas faculdades, na proporção de 1 para os primeiros 600 alunos de cada curso e mais 1 a cada grupo subsequente de 400 ou fração.
Ao todo, 4.800 universitários de todos os Estados foram eleitos pelos colegas para participar do congresso, mas boa parte não deve comparecer. O credenciamento dos delegados terminaria ontem à tarde. Depois, seria a vez de os suplentes se credenciarem.
Após a apuração dos votos, a diretoria da UNE será composta proporcionalmente ao número de votos de cada chapa, isto é, quem tiver mais votos indicará mais nomes para os 51 cargos de diretoria que estão em disputa.
O vice-presidente da UNE, Márcio Jardim, disse que, até anteontem, havia, nesse congresso, três chapas majoritárias dentro da entidade: a "Refazendo", ligada ao PC do B, a "Rompendo Amarras", vinculada ao PSTU e à tendência Articulação de Esquerda do PT, e a "Mudança", da tendência petista Articulação Unidade na Luta.
A chapa "Refazendo" é apontada por quase todas as lideranças estudantis como favorita para vencer a eleição de hoje, e seu candidato, Wadson Ribeiro, 22, estudante de medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora, deve sair do congresso como o novo presidente da entidade.
As principais propostas defendidas pela chapa favorita são a manutenção da atual estrutura da diretoria da UNE, com a participação proporcional das tendências estudantis, e uma redução progressiva da taxa da carteira de estudante, para não prejudicar a autonomia financeira dos diretórios.
A chapa "Mudanças", que tem o apoio do vice-presidente Márcio Jardim, defende que a participação na diretoria da UNE continue proporcional, mas com eleição direta, como forma de recuperar a representatividade do movimento estudantil. "Seria um debate público e que não se restringiria mais ao congresso, para se contrapor ao autoritarismo do governo de Fernando Henrique Cardoso", disse Marcio Jardim.
A "Rompendo Amarras" quer eleições diretas e o fim da contribuição às entidades estudantis embutida na carteira de estudante.



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