São Paulo, domingo, 04 de agosto de 2002

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Inca defende a extinção da função no país

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O Inca (Instituto Nacional do Câncer), responsável pelo política antitabagista do governo brasileiro, defende o fim da função de provador de cigarro.
"Não tem sentido usar pessoas para testar um produto que é lesivo para a saúde", diz Tânia Cavalcante, 45, chefe da divisão do Programa de Combate ao Tabagismo do Inca. "Não deveria existir esse tipo de ocupação. Isso não combina com uma empresa que se diz socialmente responsável."
Por muito menos, diz Tânia, a Philip Morris teve de pagar uma indenização ao ator americano Wayne McLaren, que interpretava o "homem de Marlboro" nos comerciais da marca. McLaren era obrigado a fumar durante as filmagens e morreu de câncer em 1992, aos 52 anos. A Adesf (Associação em Defesa da Saúde do Fumante), ONG que processa a Souza Cruz e a Philip Morris por fraude contra a saúde pública, também defende a proibição da função.
"Esse trabalho é como um suicídio programado", compara o advogado Mário Albanese, 71, presidente da Adesf. Segundo ele, o fato de o produto testado ser legal não pode se sobrepor aos riscos à saúde que traz.
A Souza Cruz diz que a função de testador existe em outros países. O Inca afirma desconhecer a atividade fora do Brasil.


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