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Governo estuda rever inspeção veicular
Ministério do Meio Ambiente pretende aumentar a tolerância ao monóxido de carbono emitido pelos veículos
Posição foi dada diante de pressão da indústria automobilística e após queixas de donos de carros barrados no teste
ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA
O Ministério do Meio Ambiente quer aumentar a tolerância na emissão de CO
-monóxido de carbono-
para veículos seminovos.
O parecer da pasta a favor
da mudança é decorrente de
uma provocação da indústria
automobilística sobre uma
distorção na inspeção veicular de carros fabricados desde 2006. Em alguns casos,
exige-se na fiscalização um
limite mais rígido do que o
considerado na fabricação.
Na prática, a decisão poderá colocar em xeque vistorias
realizadas neste ano em carros seminovos em São Paulo,
-onde motoristas reprovados vinham se queixando,
como já publicou a Folha.
A mudança no limite de
emissão de poluentes, no entanto, ainda precisa ser analisada pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Não há previsão de
quando isso poderá ocorrer.
A proposta do ministério,
revelada pelo site da revista
"Autoesporte", é alterar de
0,3% para 0,5% a emissão
máxima de monóxido de carbono em marcha lenta para
os veículos gasolina e flex fabricados a partir de 2006,
conforme reivindicou a Anfavea (Associação Brasileira de
Veículos Automotores).
O Conama havia passado
critérios diferentes para os
carros em duas resoluções.
Em 2002, ele aceitou que
os veículos pudessem sair de
fábrica com um limite de até
0,5% de emissão de CO.
Em 2009, porém, ao dar
parâmetros da inspeção veicular, ele fixou 0,3% (para fabricados a partir de 2006).
Defensores desse limite
alegaram que as montadoras, na prática, já vinham
adotando índices inferiores.
O problema é que os carros
puderam ser fabricados nos
três anos anteriores passando por testes de homologação com exigência de 0,5%.
A Folha apurou que a mudança é motivo de preocupação na Prefeitura de São Paulo porque, se for confirmada,
abre margem para que inspeções realizadas neste ano e
que reprovaram veículos seminovos sejam revistas -e
os valores pagos, devolvidos.
Essa revisão, porém, deverá atingir somente os que foram reprovados com emissão
de CO entre 0,3% e 0,5%.
A Secretaria do Verde e do
Meio Ambiente de São Paulo
diz que a inspeção segue critérios do Conama. Em junho,
20,9% dos veículos analisados foram reprovados. A taxa
de inspeção é de R$ 56,44.
O mesmo parecer do ministério poderá afetar as motos ano 2009. A pasta defendeu a "discussão" sobre os limites para esses veículos a
pedido da Abraciclo (associação dos fabricantes).
Colaborou ALENCAR IZIDORO ,
em São Paulo
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