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VIOLÊNCIA
Marcos Augusto de Paula, que está desaparecido desde o último domingo, pode ter sido assassinado por traficantes
Polícia do Rio procura corpo de inspetor
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O inspetor da Polícia Civil Marcos Augusto de Paula, 37, está desaparecido desde a tarde de domingo. Segundo a polícia, ele foi
perseguido por criminosos na
avenida Brasil (via que liga a zonas norte e oeste) e assassinado
no morro da Pedreira, em Acari
(zona norte do Rio). O corpo teria
sido jogado no rio Acari, suspeita
a polícia.
Paula trabalhava na Delegacia
de Capturas da Polinter (Polícia
Interestadual), em Ricardo de Albuquerque (zona norte). Até as
19h30, o corpo do inspetor não
havia sido encontrado.
O morro da Pedreira é reduto
do traficante Paulo César dos Santos, o Linho, chefe da facção criminosa TC (Terceiro Comando) e
um dos traficantes mais procurados do Rio.
Ontem, cerca de 30 policiais de
diversas delegacias fizeram buscas no morro da Pedreira e em
outras favelas da zona norte.
Bombeiros usaram barcos e
passaram o dia procurando o corpo do inspetor no rio Acari.
De acordo com a polícia, Paula
seguia para o trabalho em seu
Golf pela avenida Brasil quando
teria sido perseguido por um
bonde (comboio de traficantes armados) com 15 criminosos em
três carros e uma motocicleta.
O policial teria trocado tiros
com os criminosos e depois tentado fugir por um dos acessos ao
morro da Pedreira.
A polícia analisa uma fita gravada pelo sistema de vigilância de
uma empresa que fica perto do
acesso à favela e que teria filmado
os criminosos jogando um corpo,
que seria o do inspetor, no rio.
Ontem, a polícia recebeu a informação de que o carro de Paula
e um dos carros usados pelos criminosos estariam no morro do
Adeus (Bonsucesso, zona norte),
também controlado pelo TC.
Cerca de 50 homens fizeram
buscas no morro, mas não encontraram os carros. Durante a operação, houve troca de tiros. Um
suposto criminoso foi morto.
Uma metralhadora foi apreendida. Até as 19h30, o morto não havia sido identificado.
Paula foi um dos responsáveis
pela primeira prisão, em 2001, do
traficante Cláudio Orlando do
Nascimento, o Ratinho, um dos
acusados pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, em 2 de junho.
Ratinho foi preso novamente na
semana passada.
A polícia ainda não tem indícios
de que o desaparecimento do inspetor seja uma vingança de traficantes. Está sendo investigada a hipótese de ter ocorrido uma tentativa de assalto. Depois que capturaram o motorista, os criminosos teriam descoberto que era um
policial e decidido matá-lo.
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