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Globo nega estar protegendo fonte de Lopes
DA SUCURSAL DO RIO
A TV Globo informou ontem que não tem, sob sua guarda ou proteção, pessoas que tenham servido de fontes (informantes) para o jornalista Tim Lopes em
sua reportagem na favela da Vila Cruzeiro (zona norte).
Lopes foi torturado e morto por traficantes no dia 2 de junho, quando fazia uma reportagem na favela com uma câmera oculta.
"A pauta veio de moradores honestos da Vila Cruzeiro, que, como todos sabemos, são a imensa maioria dos que moram em favelas. A Globo atesta também que não há nenhuma fonte sob a guarda ou proteção da emissora", afirma a nota divulgada pela Globo.
Ao depor anteontem no 1º Tribunal do Júri, a viúva de Lopes, Alessandra Wagner, disse suspeitar da idoneidade da fonte do jornalista.
Ela contou que, no dia seguinte ao desaparecimento do marido, falou com a chefia de reportagem da TV Globo, e recebeu a informação de que a suposta fonte já havia sido retirada da favela, por motivos de segurança, e estava sob proteção.
Segundo ela, o motorista da
Globo que a levou ao enterro de
Lopes -e que havia ido com ele
à Vila Cruzeiro- disse tê-lo
alertado de que a fonte era "peixe" (traidor).
O advogado de Alessandra,
André Martins, disse ontem que
a cliente quer saber quem servia
de informante para Lopes.
"Acho que a maioria dos habitantes da favela é honesta, mas
existe a minoria. Para saber se
essa fonte está na maioria ou na
minoria, só sabendo quem é, só
conversando com ela. A Globo
não pode ter a postura de sonegar ao Poder Judiciário essa testemunha", afirmou Martins.
Um dia depois do depoimento
em que Alessandra fez críticas à
Globo e afirmou que a pauta na
Vila Cruzeiro foi passada ao
marido por seus chefes, a emissora divulgou uma carta assinada pela mãe, pelos irmãos e pelo
filho de Lopes, Bruno.
No documento, a família de
Lopes exalta a conduta ética do
jornalista e afirma que as grandes empreitadas da vida dele tiveram sempre a marca de sua iniciativa.
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