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VIOLÊNCIA
Criminosos ameaçaram funcionários por duas horas; policiais civis e militares disputaram comando da negociação
Ladrões de banco fazem 7 reféns em Moema
DA REPORTAGEM LOCAL
Sete pessoas foram mantidas
reféns por cerca de duas horas ontem durante uma tentativa de assalto à agência do banco HSBC da
alameda dos Jurupis, em Moema
(zona sul de São Paulo). A operação, que terminou com um PM
ferido com um tiro de raspão na
perna e quatro assaltantes presos,
provocou até empurrões e ameaças entre policiais civis e militares
que disputavam o comando da
negociação com os ladrões.
Nove assaltantes chegaram ao
banco às 17h20 de ontem. Segundo o tenente Marcos Augusto Salgueiro, da Força Tática da PM,
dois assaltantes, que se disfarçaram com roupa de pintor, quebraram uma porta de vidro da
agência com uma marreta.
A quadrilha já teria separado R$
22 mil em uma sacola quando
PMs que passaram pelo local perceberam funcionários com mãos
para cima e tentaram conter o
grupo. Um dos ladrões, Sérgio
Jorge de Paula, 25, conseguiu escapar ao atingir o PM na perna direita, mas foi preso logo depois,
ao se esconder em uma loja.
Segundo o tenente Salgueiro,
cinco homens da quadrilha que
estavam no outro lado da rua
dando retaguarda ao assalto também teriam atirado contra os
PMs, antes de escapar.
A partir daí, três ladrões que estavam na agência fizeram sete
funcionários reféns. "Foi tiro pra
tudo quanto é lado", contou o engenheiro Marcelo Kazuo Moki,
31, que esperava o comprovante
de um depósito no caixa eletrônico no momento em que o grupo
invadiu a agência. "Agarraram o
gerente e levaram para o fundo do
banco. Eles [os assaltantes" estavam bem armados."
Para se entregar à polícia, os assaltantes -que se escondiam
atrás de biombos do setor administrativo- pediram a presença
de seu advogado. Ele chegou pouco antes das 19h e pediu aos jornalistas que não o filmassem.
Às 19h15, Ricardo Nunes Soares, 27, Ariosvaldo Caetano da Silva, 37, e Willian José de Farias, 25,
se entregaram. Só Sérgio de Paula
tem passagem por roubo a banco.
A polícia apreendeu com a quadrilha uma submetralhadora,
duas pistolas e um revólver.
Nenhum dos reféns se feriu,
mas cinco deles foram atendidos
no hospital Evaldo Foz. Segundo
os médicos que atenderam os reféns, eles contaram que, quando
perceberam que a agência estava
sendo assaltada, esconderam-se
no cofre do banco, mas foram encontrados pelos assaltantes.
Além da ameaça aos reféns, a
disputa entre policiais civis e militares aumentou a tensão na agência. PMs não gostaram quando
policiais civis tentaram assumir o
comando das negociações com a
quadrilha. Houve empurrões e
bate-boca, e policiais chegaram a
apontar armas uns para os outros.
Policiais civis e militares voltaram a bater boca no portão de
acesso à Delegacia de Roubo a
Banco. No momento de mostrar
as armas apreendidas para fotos,
um PM se indignou com o símbolo do Deic na mesa e correu para
colocar ao lado o símbolo da Força Tática da PM.
Durante a negociação, as duas
portas de trás do shopping Ibirapuera ficaram fechadas, o trânsito
nas ruas próximas foi impedido e
o prédio da agência foi cercado.
Aproximadamente cem policiais
participaram da operação.
Colaborou a Folha Online
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