São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002

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Polícia prende suspeito de assaltar ônibus 80 vezes

DO "AGORA"

Três homens foram presos anteontem sob a acusação de roubar uma linha de ônibus. De acordo com a polícia, um dos suspeitos, J., afirmou ter feito mais de 80 assaltos e que agia com o apoio de funcionários da empresa, que, segundo J., ficavam com parte do dinheiro roubado.
J., 18, W., 26, e R., 19, foram reconhecidos anteontem informalmente por pelo menos 15 motoristas e cobradores da viação Bola Branca, que faz a linha Largo São Francisco-Jardim Noronha. Apenas J. admitiu o crime.
Ele contou à polícia que, armado com um revólver, começou a roubar a linha há cerca de seis meses. Num dos assaltos, segundo contou à polícia, o motorista lhe teria feito um pedido: "Deixa pelo menos um dinheiro para o café".
J. concordou e, a partir daí, teria começado a deixar o "dinheiro do café" em vários roubos. "O motorista e o cobrador tiravam sempre um pouco para eles e me deixavam o resto", contou à polícia.
Com o tempo, ele teria começado a assaltar desarmado. "Eu chegava no ônibus e dizia: "Já sabe o que eu quero, né?'", disse J.
A essa altura, segundo ele, já saía para tomar cerveja com os funcionários da viação e ainda emprestava dinheiro a eles.
Em cada roubo, levava até R$ 300 e passes, que eram divididos com os funcionários. "Fiz 80 roubos na linha", afirmou à polícia.
Os três suspeitos foram presos anteontem, no Grajaú (zona sul de SP), após denúncia anônima.
A PM encontrou W. com um revólver 32. J. carregava um 38. Na casa de R., a polícia apreendeu cocaína, maconha, R$ 320 em dinheiro e peças de automóvel.
O trio foi indiciado por tráfico e porte de drogas e porte ilegal de armas. W. e R. admitiram esses crimes, mas não a participação nos assaltos aos ônibus.
O delegado Altamir Galdino disse que um inquérito vai apurar suposta participação dos funcionários nos roubos aos ônibus.
A viação Bola Branca disse que vai esperar o inquérito para tomar providências. Um representante dela disse à polícia que sofria uma média de 120 roubos por mês, com prejuízo de R$ 20 mil.


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