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foco
Segunda maior favela
de SP, Paraisópolis ganha uma orquestra sinfônica
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
A favela de Paraisópolis, a
segunda maior de São Paulo,
na zona sul, terá sua primeira
orquestra sinfônica.
"Na verdade, são orquestras
sinfônicas, no plural. Vamos
formar vários grupos", diz o
maestro Paulo Rydlewski, um
dos autores do projeto, que será anunciado perto do 63º aniversário da comunidade, no
dia 16, durante uma semana
de eventos.
Pela ideia, batizada de "Música no Paraíso", o CEU local
abrigará aulas e ensaios.
A previsão é que quase 500
crianças e adolescentes, entre
seis e 17 anos, tenham aulas
de história da música e aprendam a tocar instrumentos
de orquestra. Os melhores
passarão a se apresentar
nos concertos.
Também foi planejada a
criação de dois corais, um juvenil e também um adulto, para envolver os parentes dos
aprendizes.
O subsídio virá com ajuda
do contribuinte. O Ministério
da Cultura autorizou a empresa cultural do maestro
Rydlewski, a Opera Sports, a
captar R$ 815 mil para o projeto, por desconto em Imposto de Renda dos patrocinadores. "Conversas com patrocinadores estão avançadas.
Acho que logo vai ter um
monte de gente querendo
apoiar", diz o regente.
Cerca de 30% do orçamento
deverá garantir, por um ano, a
folha de pagamento do projeto. Serão 15 professores de
música, além do maestro. Vagas administrativas deverão
ser preenchidas por moradores. Uma verba complementar, de cerca de R$ 200 mil, foi
solicitada ao Ministério da
Cultura para subsidiar lanches, que também deverão ser
produzidos por uma oficina-escola da comunidade.
Paraisópolis é o bairro líder
de desemprego da capital e está em sua região menos escolarizada, segundo o instituto
de pesquisa Datafolha. São
quase 17,2 mil imóveis -na
maioria, de tijolos- cercados
por prédios de classe média
ou alta dos bairros próximos,
como o Morumbi.
A maior favela da cidade,
Heliópolis, com 18 mil imóveis, tem sua orquestra desde
1996. Criado por Silvio Baccarelli, o grupo se apresentou
para o papa Bento 16 na catedral da Sé, em 2007, nos teatros municipais de São Paulo e
do Rio de Janeiro, entre outros eventos, como um jogo da
seleção brasileira de futebol.
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