São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2010

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Migração de caminhão irrita moradores

Novas rotas de veículos pesados dentro de SP levam mais trânsito e barulho a regiões das zonas sul e oeste

"Nem dá para escutar a TV", diz dona de banca; advogado vê "diferença absurda" no caminho do Morumbi para o centro

Marcelo Justo/Folhapress
Caminhões circulam na avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi

RAPHAEL VELEDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com a migração de caminhões para vias importantes das zonas sul e oeste de São Paulo, devido às novas restrições a esses veículos, moradores das áreas que viraram rotas para caminhoneiros reclamam dos transtornos.
Avenidas como João Jorge Saad e Giovanni Gronchi, no Morumbi (zona oeste), e Cupecê (zona sul) passaram a ser usadas por caminhoneiros que antes percorriam a marginal Pinheiros e as avenidas dos Bandeirantes, Jornalista Roberto Marinho e Afonso D'Escragnole Taunay, agora vetadas a eles.
Fernanda Vasconcelos, 50, moradora e dona de uma banca de jornais na Cupecê, reclamava ontem do barulho causado pelo tráfego pesado.
"Nem dá para escutar a televisão em casa", contou.
Para o advogado Antônio Carlos Nogueira, 45, morador do Morumbi, o maior problema ontem era o tráfego na avenida que leva o nome do bairro. "No meu caminho para o centro, fez uma diferença absurda", disse. "Isto aqui não comporta trânsito mais pesado do que já é. A médio prazo, vai piorar muito."
O taxista José de Freitas, 55, do ponto do shopping Butantã, na João Jorge Saad, queixou-se que o trânsito piorou por lá. "É uma faca de dois gumes. Ficou bem mais fácil trafegar pela marginal."
O caminhoneiro Sérgio da Rocha Jr., 42, de Curitiba, que costuma fazer o trajeto entre o Paraná e o porto de Santos, disse que estava ontem experimentando uma nova rota, pela avenida Cupecê.
"Querem que usemos o Rodoanel, mas por aqui pode ser melhor. Estou testando.
Na semana que vem uso o Rodoanel." Ele disse que, no seu caso, há a atenuante de conhecer bem a capital, por já ter morado nela, mas que há colegas se perdendo.
Mesmo depois de um mês de orientações, caminhoneiros continuavam a trafegar ontem pelas vias proibidas.
Em duas horas, a reportagem flagrou 159 veículos infringindo a regra. O caminhoneiro Fabrício André, 35, disse preferir ter sido multado na Bandeirantes a enfrentar o Rodoanel. "Um colega passou aperto lá. Assaltantes roubaram a carreta dele."
Ontem, 46 caminhões foram multados por burlar as restrições; anteontem, 52.


Colaborou MATEUS PARREIRAS, do "Agora"


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