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M., 12, está grávida novamente
da Sucursal do Rio
A menina M., 12, que há dois
anos foi o centro de uma polêmica em torno do direito de fazer
um aborto, está grávida de novo.
Dessa vez, o juiz Olímpio Mangabeira Cardoso negou o pedido para a interrupção da gravidez, porque não foi convencido de que a
menina manteve relações sexuais
contra sua vontade.
Moradora de Sapucaia (a 160
km do Rio), M. está grávida de
dois meses. Em 97, ela ficou grávida após um estupro. Na ocasião,
apesar da autorização judicial para o aborto, ela teve o filho, depois
que sua família foi convencida
por um grupo católico.
O pedido de autorização de
aborto na segunda gravidez da
menina foi feito pela Defensoria
Pública do Estado, com base no
artigo 128 do Código Penal, que
classifica como estupro relações
sexuais com menores de 14 anos.
A família da menina não quer o
aborto, assim como M., segundo
o médico Francisco de Paula Orichio. O médico vem cuidando da
menina e afirma que ela "cuida
muito bem do primeiro filho",
que está com 1 ano e 4 meses.
O suposto pai do futuro bebê, o
lavrador João Batista Carvalho,
19, teve prisão temporária de 30
dias decretada em Sapucaia, sob a
acusação de estupro. Ele trabalhava no mesmo sítio em que o pai de
M. está empregado.
Mas há dúvida sobre se M. foi
mesmo violentada. A polícia
achou nos pertences de Carvalho
um bilhete supostamente atribuído a M., em que ela teria dito que
gostou de ter relações com ele.
A gravidez de M. foi diagnosticada há duas semanas, diz o médico Francisco de Paula Orichio,
que trabalha no posto de saúde local. Segundo ele, a mãe da menina
o procurou dizendo que sua filha
estava "vomitando muito".
"A mãe achava que ela estava
grávida de novo, mas a menina
disse que não era nada, que desde
o caso da primeira gravidez jamais havia estado com outro homem", afirmou o médico.
Orichio diz que a família de M. é
contrária à prisão de Carvalho. "A
mãe dela ficou chateada quando
soube que ele ia ser preso. Eu o conheço, é um bom rapaz e quer ficar com a menina". Segundo o
médico, há rumores na cidade de
que M. queria engravidar novamente para poder "aparecer de
novo na televisão".
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