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PF prende 5 por falsificação de próteses
Fabricação de peças como fêmures, vértebras e implantes faciais era realizada há pelos menos quatro anos pelo grupo
Confecção do material
sem o registro na Anvisa é considerada crime hediondo;
polícia disse que uma pessoa morreu após fazer implante
RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Polícia Federal prendeu
em flagrante ontem cinco pessoas suspeitas de participar de
um esquema de falsificação de
próteses ortopédicas. Quatro
pessoas foram detidas em São
Paulo e uma em Pernambuco.
As falsificações aconteciam
há pelo menos quatro anos e
passaram a ser investigadas pela polícia há aproximadamente
seis meses. Entre as peças ortopédicas estão fêmures, vértebras e implantes faciais.
A fabricação de próteses sem
registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é
considerada crime hediondo.
Um dos suspeitos presos durante a Operação Metalose
(que vem da rejeição do corpo a
materiais estranhos) afirmou
ser "consultor de produtos hospitalares" e tinha pedaços de
próteses em sua casa, de acordo
com a polícia.
A PF informou que uma pessoa morreu depois de implantar uma das próteses falsificadas e outra teve uma parte do corpo amputada. Outros pacientes precisaram refazer as
cirurgias após dois ou três anos.
A fabricação das próteses era
feita com outros tipos de metais, que não o titânio -recomendado para esse tipo de peça. O delegado responsável pelo
caso, José Navas, não descartou
a possibilidade de o grupo ter
utilizado sucata para confeccionar as próteses.
Foram investigados 26 locais
em quatro Estados. De acordo
com a polícia, fundições terceirizadas -muitas delas fabricantes de peças de caminhão-
faziam as próteses e as vendiam
para fábricas "oficiais" ou para
distribuidores do material. A
polícia investiga ainda se médicos também estão envolvidos
no esquema.
A PF mostrou imagens dos
lugares onde aconteceram as
apreensões dos materiais. Em
um dos locais, as peças para a
montagem das próteses falsificadas estavam acondicionadas
em latões de lixo. Em outra fotografia, a fundição tinha sujeira espalhada pelos equipamentos de fabricação.
Titânio industrial
Em 2006, o Ministério Público do Rio Grande do Sul chegou
a denunciar 165 pessoas envolvidas em adulteração de próteses ortopédicas. Na época, titânio industrial estava sendo usado na fabricação das peças.
Toda prótese tem um número de registro, que fica marcado
nos prontuários de atendimento do paciente.
A agência de vigilância pede a
quem tenha implantado uma
prótese nos últimos quatro
anos que procure o médico para saber a procedência do material ou ligue para a central de
atendimento da agência no telefone 0800-61-1987.
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