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Prefeitura de Fortaleza ameaça retaliar médicos que paralisaram
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Em mais um episódio da crise no setor de saúde no Nordeste, a Prefeitura de Fortaleza informou ontem que irá cortar o
ponto dos médicos do município que participaram da paralisação de 48 horas na rede de
saúde da cidade.
E, em Salvador, aumentou o
número de clínicas e hospitais
particulares do município que
suspenderam o atendimento a
pacientes do SUS (Sistema
Único de Saúde).
A paralisação em Fortaleza
visa a pressionar a prefeitura a
conceder o reajuste salarial exigido pela categoria. Segundo o
secretário da Saúde da cidade,
Odorico Monteiro, a capacidade de negociação da prefeitura
está esgotada.
O impasse é sobre o valor de
referência a ser usado para o
pagamento de gratificações. A
prefeitura concordou em aumentar o salário-base de R$
726 para R$ 1.700, mas quer
vincular as gratificações a um
valor menor -R$ 752.
Não houve atendimento médicos à população anteontem e
ontem nos 89 postos de saúde
de Fortaleza. Consultas especializadas, cirurgias agendadas
e o atendimento do PSF (Programa Saúde da Família) foram
suspensos.
Também não funcionaram
seis dos oito hospitais distritais
da cidade. Nos outros dois e no
IJF (Instituto José Frota), o
maior de Fortaleza, só o atendimento de emergência foi mantido, mas apenas para casos
considerados mais graves.
Dos 2,5 milhões de habitantes em Fortaleza, quase 90% da
população depende do sistema
público de saúde.
O presidente do sindicato
dos médicos, Tarcísio Dias, disse que o corte do ponto "não vai
desmobilizar a categoria".
Salvador
Na capital baiana, a suspensão do atendimento da rede
privada pelo SUS entrou ontem
no segundo dia. De acordo com
a Ahseb (Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia), dos 110 maiores
hospitais e clínicas da capital
baiana, 96 aderiram ao movimento. A prefeitura da cidade
informa que somente 22 unidades aderiram à paralisação.
A suspensão, que atinge principalmente setores de emergência e ortopedia, é um protesto contra decisão da prefeitura de reduzir em 25% o atendimento pelo SUS em cada unidade.
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