São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2007

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Prefeitura de Fortaleza ameaça retaliar médicos que paralisaram

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Em mais um episódio da crise no setor de saúde no Nordeste, a Prefeitura de Fortaleza informou ontem que irá cortar o ponto dos médicos do município que participaram da paralisação de 48 horas na rede de saúde da cidade.
E, em Salvador, aumentou o número de clínicas e hospitais particulares do município que suspenderam o atendimento a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
A paralisação em Fortaleza visa a pressionar a prefeitura a conceder o reajuste salarial exigido pela categoria. Segundo o secretário da Saúde da cidade, Odorico Monteiro, a capacidade de negociação da prefeitura está esgotada.
O impasse é sobre o valor de referência a ser usado para o pagamento de gratificações. A prefeitura concordou em aumentar o salário-base de R$ 726 para R$ 1.700, mas quer vincular as gratificações a um valor menor -R$ 752.
Não houve atendimento médicos à população anteontem e ontem nos 89 postos de saúde de Fortaleza. Consultas especializadas, cirurgias agendadas e o atendimento do PSF (Programa Saúde da Família) foram suspensos.
Também não funcionaram seis dos oito hospitais distritais da cidade. Nos outros dois e no IJF (Instituto José Frota), o maior de Fortaleza, só o atendimento de emergência foi mantido, mas apenas para casos considerados mais graves.
Dos 2,5 milhões de habitantes em Fortaleza, quase 90% da população depende do sistema público de saúde.
O presidente do sindicato dos médicos, Tarcísio Dias, disse que o corte do ponto "não vai desmobilizar a categoria".

Salvador
Na capital baiana, a suspensão do atendimento da rede privada pelo SUS entrou ontem no segundo dia. De acordo com a Ahseb (Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia), dos 110 maiores hospitais e clínicas da capital baiana, 96 aderiram ao movimento. A prefeitura da cidade informa que somente 22 unidades aderiram à paralisação.
A suspensão, que atinge principalmente setores de emergência e ortopedia, é um protesto contra decisão da prefeitura de reduzir em 25% o atendimento pelo SUS em cada unidade.


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