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Acidentes se concentram em 5,5% da malha federal
Nove em cada dez pontos críticos estão em áreas urbanas, segundo o Dnit
Cada ponto corresponde a um quilômetro específico; trecho da Régis Bittencourt, em SP, é o quinto com o
maior número de acidentes
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mais da metade dos acidentes em rodovias federais do país
ocorreu em apenas 5,5% da malha, mostra levantamento do
Dnit (Departamento Nacional
de Infra-Estrutura de Transportes), com dados de 2007.
O estudo -que não era feito
havia dez anos, segundo o órgão- revela a existência de pelo
menos 2.791 pontos críticos
nas estradas do Brasil.
Cada ponto corresponde a
um quilômetro específico em
uma rodovia. "São trechos concentradores de acidentes, que
merecem muita atenção", afirmou o coordenador-geral de
operações rodoviárias do Dnit,
Luiz Cláudio Varejão.
O estudo revela que, do total
de 128 mil acidentes em 2007,
cerca de 68 mil foram nos pontos críticos. Dessas 68 mil ocorrências, 1.864 tiveram mortes e
outras 23,4 mil registraram
apenas pessoas feridas.
Nove dos dez principais pontos críticos estão em áreas urbanas, mostra o levantamento.
"Há muito tráfego, e a frota não
pára de crescer. Por isso, essa
concentração", disse Varejão.
O levantamento que aponta a
concentração de acidentes nas
estradas é a primeira parte de
um estudo para diagnosticar os
problemas mais graves das rodovias federais brasileiras.
"Primeiro, tivemos de mapear
os trechos. A partir de agora,
vamos analisar o que precisará
ser feito para melhorar esses
índices", disse. "O principal é
reduzir a gravidade das ocorrências para que caia o número
de mortos nas estradas."
Segundo ele, a partir da análise dos principais pontos, será
possível planejar soluções de
baixo custo (lombadas e sinalização) e também de alto custo
(mudanças estruturais).
Para mapear os segmentos
críticos nas rodovias federais, o
Dnit usou dados da Polícia Rodoviária Federal. Foram localizados os pontos com dez ou
mais acidentes em malha rodoviária pavimentada em cerca de
51 mil quilômetros.
O total de vias pavimentadas
e fiscalizadas pela PRF (concedidas à iniciativa privada ou sob
a responsabilidade do Dnit), no
entanto, é de cerca de 63 mil
quilômetros.
Ranking
O trecho campeão de ocorrências no país fica na saída da
ponte Rio-Niterói, na BR-101,
onde foram registrados 241 acidentes. O segundo e o terceiro
lugar do ranking são ocupados
por trechos localizados na área
urbana de Belém (PA), ambos
sob responsabilidade do Dnit.
O Estado de São Paulo também aparece no ranking, com o
quinto ponto com maior número de acidentes. O trecho, que
teve registro de 207 ocorrências, fica na Régis Bittencourt,
cedido à iniciativa privada.
A concessionária Autopista
Régis Bittencourt, da empresa
OHL, que administra a rodovia
desde fevereiro, afirma que o
km 545 é mais sensível porque
fica em uma área de serra, que
tem curvas mais acentuadas.
A empresa diz que, para melhorar as condições do local, foram feitas obras de contenção
de barreiras entre o km 540 e o
km 550, sendo que a última terminou em agosto. Desde então,
diz a concessionária, o trecho
não chamou a atenção em relação ao número de acidentes, e,
por isso, nenhuma ação específica foi planejada para ele.
O professor da UnB e coordenador científico do Ceftru
(Centro de Formação em Recursos Humanos em Transporte), Joaquim Aragão, diz que
geralmente os acidentes não
são distribuídos pela rodovia.
"É preciso um diagnóstico para
reduzir os riscos. A concentração de acidentes evidencia possíveis problemas técnicos."
Colaborou TALITA BEDINELLI
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