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Mulher morre em lipoaspiração no Rio
Médico que operou funcionária pública não tinha habilitação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
DA SUCURSAL DO RIO
A funcionária pública Janaína de Freitas Silva, 34, morreu
ao ser submetida a uma lipoaspiração, anteontem, na Clínica
Monte Sinai, no Jardim América, zona norte do Rio.
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro anunciou ontem que o órgão abriu
sindicância para investigar a
morte de Janaína.
""Vamos ouvir todos os médicos envolvidos no procedimento, bem como a direção da clínica. Vamos averiguar também a
estrutura física do local. Existem parâmetros técnicos que
devem ser observados durante
uma lipoaspiração, e veremos
se todos eles foram obedecidos", disse o presidente do conselho, Luiz Fernando Moraes.
A Clínica Monte Sinai vai se
pronunciar após a conclusão do
exame cadavérico.
Segundo Roberto Neves, marido da funcionária pública, os
médicos da clínica alegaram
que a morte de Janaína foi uma
fatalidade e não tinham explicações. ""Eles não me deixaram
entrar no centro cirúrgico.
Quero saber se a clínica tinha
condição de realizar a cirurgia e
se houve erro médico", disse
Neves, no funeral da mulher.
Registrado no Cremerj, o
médico José Lima de Brito, responsável pela cirurgia, não tem
habilitação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
O presidente do Cremerj informou que o prazo para a conclusão da sindicância é de 60
dias, podendo ser prorrogado.
Moraes disse que o laudo do
exame cadavérico da vítima,
solicitado pela 38ª DP, onde o
caso foi registrado, será fundamental para a investigação.
O marido da funcionária pública contou que sua mulher
chegou à clínica por volta das
8h e só foi avisado da morte dela por volta das 12h. Ele disse
que um dos médicos da equipe
contou que Janaína sofreu uma
parada cardiorrespiratória e
não resistiu.
Ela tinha uma filha de 5 anos
e trabalhava no setor administrativo do Hospital Geral de
Bonsucesso. De acordo com os
familiares, Janaína decidiu fazer a cirurgia há dois meses e
que fez todos os exames prévios
pedidos pelo médico.
""Ainda não tive forças de avisar a minha filha que a Janaína
morreu"", disse Neves.
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