São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2008

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Mulher morre em lipoaspiração no Rio

Médico que operou funcionária pública não tinha habilitação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

DA SUCURSAL DO RIO

A funcionária pública Janaína de Freitas Silva, 34, morreu ao ser submetida a uma lipoaspiração, anteontem, na Clínica Monte Sinai, no Jardim América, zona norte do Rio.
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro anunciou ontem que o órgão abriu sindicância para investigar a morte de Janaína.
""Vamos ouvir todos os médicos envolvidos no procedimento, bem como a direção da clínica. Vamos averiguar também a estrutura física do local. Existem parâmetros técnicos que devem ser observados durante uma lipoaspiração, e veremos se todos eles foram obedecidos", disse o presidente do conselho, Luiz Fernando Moraes.
A Clínica Monte Sinai vai se pronunciar após a conclusão do exame cadavérico.
Segundo Roberto Neves, marido da funcionária pública, os médicos da clínica alegaram que a morte de Janaína foi uma fatalidade e não tinham explicações. ""Eles não me deixaram entrar no centro cirúrgico. Quero saber se a clínica tinha condição de realizar a cirurgia e se houve erro médico", disse Neves, no funeral da mulher.
Registrado no Cremerj, o médico José Lima de Brito, responsável pela cirurgia, não tem habilitação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
O presidente do Cremerj informou que o prazo para a conclusão da sindicância é de 60 dias, podendo ser prorrogado. Moraes disse que o laudo do exame cadavérico da vítima, solicitado pela 38ª DP, onde o caso foi registrado, será fundamental para a investigação.
O marido da funcionária pública contou que sua mulher chegou à clínica por volta das 8h e só foi avisado da morte dela por volta das 12h. Ele disse que um dos médicos da equipe contou que Janaína sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Ela tinha uma filha de 5 anos e trabalhava no setor administrativo do Hospital Geral de Bonsucesso. De acordo com os familiares, Janaína decidiu fazer a cirurgia há dois meses e que fez todos os exames prévios pedidos pelo médico.
""Ainda não tive forças de avisar a minha filha que a Janaína morreu"", disse Neves.


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