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MEC estuda criar "feriado" para Enem
Prova no meio da semana teria o objetivo de evitar conflito com as datas de outros vestibulares
Órgão diz que prazo de
30 dias é pequeno para organizar exame e que ele deve ocorrer na segunda quinzena de novembro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal poderá decretar feriado estudantil durante dois dias da semana para
aplicar as provas do Enem, caso
não consiga uma nova data para a realização do exame num
final de semana de novembro.
O assunto será discutido amanhã numa reunião com reitores
das universidades federais.
O Enem estava marcado para
este final de semana, mas foi
suspenso, após o Ministério da
Educação ter sido informado
pelo jornal "O Estado de S. Paulo", na noite de quarta, de que
uma repórter fora procurada
por pessoas dispostas a vender
a prova por R$ 500 mil.
Um acordo com os reitores
das federais é importante porque a maioria dessas instituições decidiu utilizar as avaliações do exame no ingresso dos
estudantes. E a escolha de datas
no meio da semana poderia ser
uma forma de evitar conflito
com outros vestibulares.
O Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem) disse que
agora é mais provável que as
provas ocorram na segunda
quinzena de novembro -e não
no começo do mês.
Reynaldo Fernandes, presidente do Inep, disse que 30 dias
é um prazo muito pequeno para organizar a logística para
realização do Enem, que teve
4,1 milhões de inscritos.
O MEC informou ontem que
a nova prova do Enem já está
pronta. As questões foram escolhidas a partir de um banco
de dados organizado pelo Inep.
O MEC também deve definir
amanhã se manterá o contrato
assinado com o Connasel, consórcio liderado pela Consultec
que ganhou a licitação para a
realização do Enem.
Na hipótese de romper o contrato com a empresa, a única
que participou da licitação, o
governo trabalha com duas
possibilidades: contratar em
caráter extraordinário (sem licitação) outra empresa ou adotar um plano de emergência.
Se decidir contratar outras
empresas, o governo vai verificar se as que atuam no setor
-como Cespe, Cesgranrio e
Fundação Carlos Chagas- teriam condições de assumir a tarefa emergencialmente.
Já o plano de emergência pode envolver Inep, apoio da Força de Segurança Nacional, dos
Correios e até mesmo do Banco
do Brasil.
O MEC informou, por meio
de nota, que a reunião entre os
diretores do consórcio Connasel, a diretoria do Inep e representantes do ministério, prevista para ontem, foi adiada para a tarde de amanhã.
"Os diretores do consórcio
solicitaram o recesso pela necessidade de tempo para apresentar as respostas (pedidas
pelo MEC)", informa a nota.
Responsável pela assessoria
de imprensa da Connasel, a
Máquina da Notícia informou
que o consórcio deverá ser
mantido porque já está a par de
toda a questão logística.
Como a Folha já publicou, o
Ministério da Educação avalia
que o consórcio cometeu diversas falhas, o que pode levar à
rescisão contratual.
O contrato com a Connasel
custou R$ 116 milhões. O governo estima que o vazamento
já provocou um prejuízo de pelo menos R$ 35 milhões, apenas com a impressão das provas que foram canceladas.
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