São Paulo, domingo, 04 de outubro de 2009

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Peso em testes impede aluno de saber qual nota tiraria

Mas com base no gabarito é possível medir desempenho

DA REPORTAGEM LOCAL

A curiosidade de ver como seria o Enem pode fazer com que os alunos corram para resolver as provas e conferir os gabaritos que o MEC (Ministério da Educação) disponibilizou na internet desde quinta-feira, dia que o vazamento do exame foi tornado público.
Mas calma: fazer a prova e conferir o gabarito não vai dar ao aluno a exata noção de qual seria o seu resultado, já que a nota final não será um simples somatório.
Diferentemente das edições anteriores, a prova deste ano confere pesos às questões, segundo seu grau de dificuldade.
Trata-se da TRI (Teoria de Resposta a Item), um modelo matemático que não leva em conta só o número de erros e acertos, mas considera também se a questão era fácil, intermediária ou difícil.

Sistema antichute
Uma das grandes novidades trazidas pela TRI ao Enem deste ano é o sistema antichute, que procura um padrão nas respostas e, assim, confere ao aluno uma pontuação menor quando avalia que ele acertou uma questão por mera sorte.
Com a TRI, as perguntas são "inteligentes" -sabe-se o perfil de quem acerta com maior probabilidade as mais fáceis, as intermediárias e as difíceis.
É o padrão das milhares de respostas que revela o chute. Estatisticamente, quem erra questões mais fáceis não acerta as difíceis. Do mesmo modo, os que acertam as mais complexas não erram nas simples.
A detecção desse padrão só é possível graças a um banco com milhares de respostas de alunos que atualmente testam as questões do Enem. Além de estabelecer padrões de resposta, o teste também seleciona quais serão as 180 questões que comporão o Enem.
Participam dessa etapa estudantes do segundo ano do ensino médio e universitários primeiranistas. Os alunos do terceiro ano do ensino médio, público-alvo do Enem, ficaram de fora -para não terem acesso a uma pergunta que possam encontrar no exame.
É devido a esse banco de questões que o novo exame não deverá ser completamente reelaborado. Bastará que o sistema selecione outras 180 questões -respeitando a porcentagem prevista para o exame de 25% das questões fáceis, 50% médias e 25% difíceis.


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