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Presídio é sonrisal, diz secretário
do enviado especial
A tentativa frustrada de fuga de
um grupo de detentos da Casa de
Prisão Provisória (CPP) acabou
se tornando uma briga política.
Inaugurada em janeiro de 98 pelo
governador Maguito Vilela
(PMDB) como "presídio modelo
de segurança máxima", a CPP ontem foi classificada como "presídio-sonrisal" pelo secretário da
Segurança Pública do governo
Marconi Perillo (PSDB), Demóstenes Xavier Torres.
"Ele está se esfarelando todo,
parece sonrisal. Gastou-se muito
aqui para ser "modelo para o país",
mas não é o que está sendo visto",
disse Demóstenes, sobre um buraco feito pelos detentos da unidade 1 da CPP no piso de concreto
de uma das celas.
Segundo propaganda do governo Maguito à época da inauguração, o piso da CPP teria 1,5 metro
de espessura. Na cela escavada,
não chegou a 20 cm. Na ocasião, o
ministro da Justiça era o senador
goiano Iris Resende (PMDB), padrinho político de Maguito.
Já o senador Iris Rezende
(PMDB-GO) acusou o governo de
Goiás de ser responsável pelas rebeliões na Casa de Prisão Provisória, por incompetência em administrar o sistema penitenciário.
Iris negou que o local tenha problemas de segurança.
"O governador (Marcone Perillo-PSDB) precisa parar com essa
mania de atirar sobre os outros
todos os insucessos do seu governo", disse Iris, que disputou o governo do Estado com Perillo.
"A Casa de Prisão Provisória foi
construída seguindo um modelo
adotado nacionalmente, atendendo a todos os requisitos de segurança e as recomendações das
instituições que cuidam dos direitos humanos. O que eles não estão
tendo é competência", afirmou.
Segundo ele, o governo deveria
ter adotado medidas preventivas
quando houve a primeira rebelião. Ontem, o secretário da segurança pediu à empresa construtora que faça uma perícia para ver se
o concreto e o ferro utilizados correspondem ao projeto proposto.
"A gente não faz milagres, tem
de estar estruturado. As instalações não são seguras. A área tinha
de ser de segurança máxima, mas
falta muito ainda", disse Souza.
A Procuradoria Geral do Estado
e a Secretaria da Segurança abriram processos para averiguar denúncias de que a CPP foi superfaturada. Segundo o consórcio que
terceirizou a obra da CPP, em
uma revisão de contratos, foi possível reduzir os custos em 23%.
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