ALENCAR IZIDORO
da Reportagem Local

O secretário de Estado da Habitação, Francisco Prado, e representantes da União dos Movimentos de Moradia (UMM) marcaram para o dia 30 deste mês a assinatura de um acordo para a construção de 949 moradias populares em regime de mutirão.
Ontem à tarde, eles se reuniram pela segunda vez desde que a UMM organizou, no último dia 24, a ocupação de seis áreas na cidade de São Paulo, com a participação de 6.100 pessoas.
A coordenação da UMM saiu do encontro dizendo que as negociações avançaram apenas um pouco. O movimento queria que também fosse definido um cronograma de intenções para a construção de casas populares nos próximos três anos.
A secretaria de Habitação não divulgou informações sobre a reunião.
Com a assinatura do acordo, a UMM vai se deparar com o problema de selecionar as 949 das 4.500 famílias existentes nas áreas ocupadas.
"Serão escolhidas as mais necessitadas e as que têm maior participação no movimento", afirmou Evaniza Rodrigues, da executiva da UMM.
Ela admitiu que os critérios de seleção podem criar um clima de tensão entre os integrantes.
"Muita gente vai ficar insatisfeita. Mas queremos definir um cronograma com o governo para que as famílias que não forem escolhidas tenham alguma perspectiva", afirmou Evaniza.

Retirada
A assinatura do acordo no dia 30 não significará a retirada imediata das pessoas que estão nos terrenos invadidos, já que as moradias em sistema de mutirão só devem ficar prontas no primeiro semestre de 2001.
"Essa questão continua pendente. Não sabemos como alojar as pessoas dessas áreas até as habitações ficarem prontas", disse Evaniza Rodrigues.
"A retirada só deverá começar quando todas as reivindicações forem atendidas", afirmou outro representante da UMM, Benedito Roberto Barbosa.
Nesse caso, segundo ele, as primeiras áreas seriam a do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na Barra Funda, e da Febem, na Mooca, que têm menos condições de habitabilidade.
A UMM marcou para a próxima segunda uma nova reunião com o secretário da Habitação, Francisco Prado. Além do cronograma de intenções, o movimento quer uma definição para os integrantes do Fórum dos Cortiços, que é ligado à UMM.


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