São Paulo, Quinta-feira, 04 de Novembro de 1999
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MANIFESTAÇÃO

Greenpeace questiona segurança do transporte de lixo nuclear da USP

Ecologistas protestam no Ipen

Lalo de Almeida/Folha Imagem
Membros do Greenpeace acorrentados ao portão principal do Ipen, onde ficaram 6 horas


da Reportagem Local

O Greenpeace realizou um protesto ontem em frente ao portão principal do prédio do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) na USP (Universidade de São Paulo) contra o transporte de material nuclear para os Estados Unidos.
A manifestação aconteceu das 10h às 16h, quando 15 ambientalistas acorrentaram-se à cerca do Inpe. O protesto só foi encerrado depois de uma reunião entre representantes do Greenpeace e o superintendente do Inpe, Cláudio Rodrigues. No encontro, Rodrigues forneceu à entidade um documento sobre a segurança no transporte do material.
Os ambientalistas criticaram, principalmente, o transporte dos 15,10 kg de urânio enriquecido e 128 gramas de plutônio que serão embarcados no porto de Santos com destino a Savannah River Site, no estado da Carolina do Sul.
O urânio está acondicionado em cascos especiais, do tipo B(u). Quatro contêineres acomodam os cascos. De acordo com a entidade, os cascos teriam certificado nos Estados Unidos apenas para carregar combustível danificado.
O Ipen afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que todas as medidas de segurança foram tomadas e que não há nenhum risco de acidentes nucleares. O instituto não divulgou quando os contêineres serão enviados ao porto de Santos.
De acordo com a assessoria de imprensa, a não-divulgação sobre a logística do transporte justifica-se para evitar possíveis ações terroristas. Isso porque, embora 40% do urânio tenham sido usados, os 60% restantes poderiam servir, hipoteticamente, para a fabricação de armas nucleares.
(CHICO DE GOIS)

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