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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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Saulo de Castro Abreu Filho nega falha do serviço de inteligência da polícia e diz que informação veio "do sistema penitenciário"

Secretário diz que sabia de um "zunzunzum"

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

O secretário de Estado da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, disse ontem, durante entrevista, que "tinha conhecimento de um zunzunzum de que poderia acontecer alguma coisa em Finados". Por conta desses comentários, segundo Abreu Filho, a polícia estava em estado de alerta.
Ele negou que o serviço de inteligência da polícia tenha falhado ao não detectar os ataques. "Nosso sistema recebe muitas informações e precisamos checá-las."
Abreu Filho disse que as informações de que poderia ocorrer alguma anormalidade por estes dias "vieram do sistema penitenciário". "A melhor resposta [sobre a eficácia do sistema de inteligência da polícia] é que toda a cúpula do PCC [Primeiro Comando da Capital] está presa. Diga-me um que está solto", afirmou.
"Não é uma fada-madrinha que está no nosso quadro". Para o secretário, "temos informações, agora, bola de cristal...."
O secretário disse que os atentados podem ser uma "demonstração de força que não se tem". Ele disse que uma hipótese que é investigada é se a tentativa frustrada de fuga da penitenciária Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, em Tremembé (Vale do Paraíba), tem ligação com as ações desencadeadas na madrugada de sábado.
"A polícia está indo firme contra o crime e estamos desagradando muita gente." Abreu Filho disse que "não há território proibido para a polícia em São Paulo".
"Atentado contra a polícia, a resposta é imediata." O secretário afirmou, ainda, que não há razão para blindar os vidros das bases da PM, mas afirmou que em algumas, em locais de grande tráfego, já foi adotada essa precaução.
Para o secretário, os soldados que ficam nas bases "não estão desprotegidos" porque têm colete à prova de bala e armamento.
O diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado ), Godofredo Bittencourt, disse que dois presos já foram identificados como mandantes da série de atentados. Ele, porém, não revelou os nomes.
"Esses dois presos estão descontentes com a rigidez do RDD [regime disciplinar diferenciado] da prisão de Presidente Bernardes, por isso ordenaram os ataques. O governo não faz acordo com bandido. Vamos prender quem executou esses crimes", disse.


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